segunda-feira, 31 de março de 2008

Aloe Vera ( Babosa )




Aloe Vera é uma das mais de 400 espécies do gênero: Aloe, usada principalmente pelas suas propriedades medicinais ou como planta ornamental. As folhas de Aloe Vera contém um tipo de gel e é essa substância que é utilizada pela medicina alternativa. No Brasil, a Aloe Vera também é conhecida como babosa

Externamente, o gel de Aloe vera é utilizado principalmente para tratar de problemas de pele como queimaduras(pelo sol ou por exposição ao fogo), para cicatrização de feridas, como tratamento para problemas causados pela pele seca, como eczemas.

O gel de Aloe vera também pode ser usado para fins cosméticos, como hidratantes, sabonetes, xampús, entre outros. O gel de Aloe vera também pode ser encontrado em produtos de consumo como iogurtes e bebidas, que contém pedaços da polpa.

Para uso interno, estudos indicam que a Aloe Vera também tem efeitos laxativos, porém, outros estudos indicam que laxantes que contém Aloe Vera podem aumentar o risco de câncer. Nos Estados Unidos, o órgão que controla os remédios (USFDA) proibiu a venda de laxantes que utilizam as propriedades da Aloe Vera.

sexta-feira, 28 de março de 2008

AÇAI

Euterpe oleracea Mart.

Nome científico: Euterpe oleracea Mart.

Família: Arecaceae.

Sinônimos botânicos: Catis martiana O.F. Cook, Euterpe badiocarpa Barb. Rodr., Euterpe beardii L.H. Bailey, Euterpe cuatrecasana Dugand.

Outros nomes populares: açaí-do-pará, açaizeiro, assai, juçara, piná, palmito, acai palm (inglês), asaí (espanhol), wassaï (francês).

Constituintes químicos: ácidos oléico, palmíticos, palmitoléico e cianídrico, amido, cálcio, ferro, fibra, fósforo, lignina, niacina, proteínas, tanino, vitamina C, B1 e B2.

Propriedades medicinais: adstringente, anti-helmíntica, anti-hemorrágica, resolutivo, depurativo.

Indicações: diarréia, fígado, icterícia, cirrose, anemia, vermes.

Parte utilizada: amêndoas, raiz, frutos, palmito.

Contra-indicações/cuidados: não foram encontradas na literatura consultada.

Modo de usar:
- óleo das amêndoas: adstringente, resolutivo;
- decocção das raízes: diarréia, depurativo;
- suco ou vinho da polpa dos frutos: fígado, icterícia, cirrose, anemia;
- no preparo de sucos, refrescos e sorvetes. Com farinha d'água ou de tapioca, para acompanhar peixes, camarão seco, carnes e arroz com feijão;
- palmito cru: em saladas, empadas, pizzas, omeletes, cremes, picles e ração animal;
- frutos novos: distúrbios intestinais e vermes;
- palmito (em forma de pasta): conter hemorragias após extrações dentárias.

O INHAME e a DENGUE


O INHAME e a DENGUE

(encontra-se no site www.correcotia.com/inhame )(transcrito abaixo).


DENGUE

Infecção virótica que faz doer o corpo inteiro, especialmente nas aticulações, e dá muita febre; deixa a pessoa fora de combate por algum tempo mas raramente mata. É transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e A.
albopictus, que se infectam sugando sangue de algum humano ou macaco infectado nos três primeiros dias da febre. Depois de 8 a 11 dias de incubação, o mosquito começa a transmitir vírus infectantes a humanos no almoço e macacos no jantar - eles saem nas minúsculas gotinhas de saliva que o mosquito usa como anticoagulante durante a picada. Atualmente se diz que há quatro variedades de dengue; quem teve uma pode ter as outras três.

O TRATAMENTO MÉDICO é paliativo - descanso, muita água, banhos mornos, compressas de batata crua ou tofu na cabeça para puxar o calor.

O TRATAMENTO NATURAL é comer inhame. Comer inhame em vez de batata, duas ou
três vezes por semana, previne contra dengue. Em situações de epidemia, comer um inhame por dia é mais que bastante - em sopa, purê, ensopadinho, pastinha com alho ou qualquer das outras receitas que você encontra em www.correcotia.com/inhame .

O INHAME LIMPA O SANGUE

É um dos alimentos medicinais mais eficientes que se conhece: faz muitas impurezas do sangue saírem através da pele, dos rins, dos intestinos. No começo do século já se usava elixir de inhame para tratar sífilis.

FORTALECE O SISTEMA IMUNOLÓGICO

Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico.
Curioso que a forma do inhame seja tão semelhante à dos gânglios...

EVITA MALÁRIA, DENGUE, FEBRE AMARELA

A presença do inhame no sangue permite uma reação imediata à invasão do mosquito, neutralizando o agente causador da doença antes que ele se espalhe pelo corpo. Aldeias inteiras morreram de malária depois que as roças de inhame foram substituídas por outros plantios.

É MAIS PODEROSO QUE A BATATA

E tem a vantagem de ser nativo, enquanto a semente da batata é importada.
Inhame dá com fartura em qualquer lugar úmido. Em vez de apodrecer na cesta, como a batata, ele brota e produz mais inhames. Nas mulheres aumenta a fertilidade porque contém fitoestrógenos, hormônios vegetais, importantes na menopausa e após.

O MEDICINAL É O PEQUENO, CABELUDO

Marronzinho por fora, com a pele variando de roxo a branco. Existem ainda o inhame do norte e o cará, maiores e mais lisos, que são muito bons para comer mas não têm o mesmo poder curativo do inhaminho (também chamado de inhame chinês).

A FOLHA PARECE COM A TAIOBA

É da mesma família; ao contrário do que se pensa, a folha do inhame também serve para comer, cozida ou refogada. Às vezes pica muito, como a taioba.

OS OUTROS NOMES DO INHAME

Em latim, infelizmente, é colocasia esculenta. Na África e na América do Norte se chama taro , na América Central é ñame ou otoe, na França é igname, na Índia albi, no Japão sato-imo, no Caribe malanga ou yautia. E cará, em inglês, é yam.

CRU

Salada de inhame

Rale e tempere com sal marinho e limão ou com molho de soja. É muito forte.
Um leproso que se escondeu no mato e só tinha inhame cru para comer ficou inteiramente curado depois de alguns meses. (Se der coceira nas mãos na hora de descascar, passe um pouco de óleo ou lave com água bem salgada.)

Vitamina com inhame

Ponha no liquidificador um inhame, uma cenoura, alguns ramos de salsa (ou outra folhinha verde, como coentro ou hortelã) e o suco de duas laranjas, com mais água se desejar. Tudo cru. Dá para dois copos.

Cozido no vapor

Ponha alguns inhames com casca e tudo na parte superior da cuscuzeira, ou numa peneira sobre uma panela com água fervendo, e tampe. Depois de meia hora espete com o garfo para ver se estão macios. Nessa altura a casca solta com muita facilidade, basta puxar que sai inteirinha. É aí que o inhame tem o sabor mais simples e gostoso.

Purê de inhame

Depois de cozinhar os inhames no vapor ou na água, solte a casca e amasse com um garfo; junte um pouquinho de manteiga e de sal marinho, ou molho de soja, e misture bem. Só precisa ir ao fogo de novo se for para esquentar.

Pastinhas de inhame

São ótimas para passar no pão e substituem muito bem as pastas de queijo nas festas. A base é um purê de inhames cozidos e assados, ao qual se acrescentam azeite ou manteiga, folhas verdes picadinhas (salsinha, manjericão, coentro, cebolinha) ou orégano; uma beterraba cozida e batida no liquidificador com inhame e um tantinho de água vai produzir uma pasta rosada; inhame batido com azeite, alho, água e sal faz uma delícia de molho tipo maionese. Use a criatividade e ofereça aos amigos uma coisa nova de cada vez!

Inhame sauté

Depois de cozidos e descascados, corte os inhames em rodelas ou pedaços; esquente manteiga ou azeite numa frigideira; ponha os inhames, e sobre eles bastante folhas verdes picadinhas (salsa ou cebolinha ou manjericão ou coentro ou orégano ou...); umas pitadinhas de sal marinho; mexa rapidamente, baixe o fogo e deixe grudar um pouquinho no fundo para ficar crocante.

Inhame frito

É muito mais gostoso do que batata. Faça exatamente como faz com ela: corte em rodelas finas ou palitos, frite em óleo bem quente e deixe escorrer sobre um papel que absorva a gordura.

Pizza de frigideira

Rale inhames crus, misture com farinha de arroz ou de milho, tempere a gosto; achate a massa numa frigideira antiaderente e deixe assar dez minutos de um lado, dez do outro. Com alguma prática dá para fazer isso numa chapa bem quente, levemente untada. O ponto da massa não deve ser nem seco nem aguado.

Nhoque de inhame

Faça exatamente como faz inhoque de batata: cozinhe os inhames, descasque, amasse com farinha de trigo e uma pitada de sal marinho até a massa ficar com a consistência do lóbulo da orelha. Enrole em cordões, corte, ponha para cozinhar de pouco em pouco numa panela com água fervendo. Quando os inhoques subirem é que estarão cozidos. Se puder, substitua parte da farinha de trigo comum por outra que seja integral. E o molho? Ao gosto do freguês...

Engrossando o caldo

Cozinhe um ou dois inhames junto com o feijão, que eles desmancham e o caldo fica bem grosso.

Bolinhos de inhame

Cozinhe, descasque e amasse ligeiramente os inhames com um pouco de cebola ralada, cebolinha verde picadinha ou alho-porró em fatias fininhas, umas pitadas de cominho e outras de sal; junte farinha de trigo para dar liga, pincele com gema de ovo e asse no forno até a superfície secar. Ou frite.

Forminhas de inhame

Descasque e rale os inhames crus na parte mais fina do ralador, para obter uma papa líquida. Junte fubá de milho ou farinha de arroz integral (que se faz tostando o arroz e batendo aos pouquinhos no liquidificador) até conseguir uma consistência boa, mas ainda úmida.
Tempere a seu gosto: com sementes de cominho ou de erva-doce, umas pitadinhas de sal, talvez um queijo ralado ou uma azeitona. Unte forminhas, encha com a massa e ponha em forno bem quente durante cinqüenta minutos.

Pizza de sardinha

Cozinhe, descasque e amasse os inhames; unte um tabuleiro, achate com as mãos bocados do inhame amassado e vá cobrindo com eles o fundo e os lados do tabuleiro. Asse quinze minutos em forno alto. Numa panela, refogue bastante cebola e ponha por cima sardinhas frescas pequenas, abertas, sem espinha, temperadas com alho socado, sal e limão. Deixe cozinhar com tampa por quinze minutos. Tire a massa do forno, despeje o recheio, enfeite com rodelas de tomate ou de pimentão, pique bastante cheiro-verde e espalhe por cima. Leve novamente ao forno por mais dez minutos. Como variação desta receita, você pode não assar a massa antes de colocar o recheio; pode também reservar parte da massa para tampar a pizza, que aí vira um pastelão.

Bolo salgado de inhame

Deixe de molho duas xícaras de triguilho durante duas ou três horas e esprema; junte a duas xícaras de inhame cozido e duas de farinha de arroz.
À parte, refogue alguns legumes com um pouco de tempero, mas não deixe cozinhar. Tire do fogo e misture à massa. Ponha numa fôrma untada, espalhe queijo ralado por cima e leve ao forno alto por quinze minutos; aí ponha a chama em ponto médio e deixe mais quinze minutos. Cheirou, está pronto.
Acrescente ovos cozidos se quiser um prato mais forte.

Torta de inhame em camadas

Cozinhe, descasque e amasse os inhames; cozinhe e amasse a terça parte de abóbora; refogue uma verdura picadinha tipo espinafre, acelga, agrião, chicória, folhas de nabo ou de cenoura, etc. Unte um pirex com manteiga, ponha uma camada de inhame e sobre ela uma de abóbora; outra de inhame e sobre ela a verdura refogada; mais uma de inhame. Pincele ou não com ovo, enfeite com rodelas de cebola, leve ao forno para secar durante 20 minutos.

Sopa de inhame com misso

O misso, que é desintoxicante, é um alimento tradicional japonês muito usado como tempero, feito de soja fermentada com cereais e sal. Vem em forma de pasta. É muito rico em enzimas, proteínas e vitamina B12, devido ao seu processo de fermentação. Limpa o pulmão dos fumantes, restaura a flora intestinal, e acima de tudo dá um gosto todo especial à sopa.
Portanto cozinhe os inhames descascados com o mesmo tanto de água, uma ou duas folhinhas de louro e alguns dentes de alho inteiros; depois bata no liquidificador para obter um creme fino. Acrescente o misso, na base de uma colher de chá cheia por pessoa, ou dissolva com um pouco d'água numa tigelinha e deixe que cada um se sirva como quiser. (Algumas pessoas vão preferir sal.) Cebolinha verde picada, por cima, combina muito.

Creme de inhame com agrião

Faça como na receita anterior; depois de bater no liquidificador devolva ao fogo, ponha sal se for o caso, espere ferver e junte um bom punhado de agrião cru, lavado e cortado. Deixe cozinhar um minuto, apague o fogo e sirva. Com misso, se não tiver posto sal.


Torta doce de inhame com abacaxi

Cozinhe os inhames, descasque, amasse e forre com essa massa uma assadeira untada; espalhe por cima uma compota de abacaxi feita com sementinhas de erva-doce e cravo-da-índia, quase sem água, pois o abacaxi solta caldo.
Leve ao forno quente durante meia hora. Substitua por outra compota, se desejar.

Bolo doce de inhame

Misture duas xícaras de inhame cozido com duas de aveia em flocos e duas de farinha de arroz integral (toste o arroz, bata no liquidificador em pequenas porções); meio litro de suco de laranja (ou outro líquido doce, como chá de estévia, ou leite de coco adoçado com melado); uma colher de sopa de manteiga, se quiser; umas pitadas de noz-moscada e canela em pó; frutas secas e castanhas picadas, ou banana madura em rodelas. A consistência da massa deve ser pastosa, nem aguada nem dura. Unte uma fôrma e leve ao forno quente durante meia hora, mais ou menos, mantendo a chama alta durante quinze minutos e baixando então para um ponto médio. Você sabe que o bolo está no ponto quando cheira. A partir
daí ele vai secando, equanto mais tempo ficar no calor, mais firme será sua consistência. Se quiser umbolo mais fofo, junte uma colherinha de café de bicarbonato de sódio dissolvida em suco de laranja no final do preparo da massa. Esse bolo dá um ótimo panetone quando leva frutas cristalizadas e é assado em fôrma alta.

Biscoitos de inhame

A massa é a mesma do bolo. Unte um tabuleiro e despeje com a colher pequenas porções. Asse em forno alto até chegar ao ponto desejado. Como todo biscoito que leva aveia, este também só endurece depois que esfria.

Mousse de inhame com ameixa

Ponha no liquidificador uma parte de inhames cozidos com uma parte de ameixas-pretas, sem caroço, cozidas com canela; aproveite a calda para bater a massa. Repita a receita usando maçãs ou bananas em compota em vez de ameixas. Para fazer a compota, não é necessário adoçar, pois essas frutas játêm bastante açúcar natural. Basta que estejam bem maduras.
Leva-se ao fogo baixo, em panela tampada, com uma pitadinha de sal e só um dedinho de água. Quanto mais cozinharem, mais doces ficam.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Jatobá

Jatobá / Hymenaea Coubaril, Lineu
Leguminosa


O jatobá é um vegetal dotado de incontestáveis virtudes médicas, usando-se tanto as cascas, como a polpa do fruto e a resina. Emprega-se principalmente a resina, que é uma substância possuidora de maior poder medicinal, sendo muito recomendadas contra as hepatites, fraqueza geral, tosses, bronquites, asma, fraqueza pulmonar, laringites, etc. As, cascas em cozimento, são aconselhadas para combater as hemoptises, hematúria, diarréia, disenteria, cólicas ventosas e várias outras enfermidades.

Ervas Medicinais

A

Abacateiro - Muito usado nas doenças do fígado, dos rins da bexiga e reumatismo. É excitante da vesícula biliar, balsâmica, carminativa, estomáquica, vulnerária, emenagoga, anti-sifílica, grande diurético, útil também para cólicas histéricas e febres intermitentes, constituindo a base de medicamentos que combatem a uremia, a bronquite e inclusive tuberculose.
Abóbora D'Anta - Ver Tayuyá.
Abutua - Ver Uva do Mato.
Absinto - Ver Losna.
Açoita Cavalo - Reumatismo, corrimentos, tumores. Depurativo.
Agoniada - Inflamações e congestão do útero e ovários, indisposições e cólicas nas épocas menstruais, auxiliando a concepção e regularizando as menstruações. É antiasmática, anti-sifilítica, emenagoga, purgativa, As folhas são galactagogas quando colocadas sobre os seios das parturientes e a de restaurarem as forças dos órgãos genitais debilitados, quando cozidas e postas sobre os mesmos.
Agrião - Comprovada utilidade na atonia intestinal, raquitismo, escrofulose e afecções escorbúticas, broncopulmonares e da pele, desobstruente do fígado em cataplasma. Propriedades antídotas dos efeitos tóxicos da nicotina.
Alcachofra - Moléstias do fígado e dos rins, anti-tóxico, combate o excesso de colesterol e da uréia; arteriosclerose, urticária.Faz baixar a pressão arterial.
Alcaçus - Tosses, bronquites, rouquidões. Tônico Pulmonar. Grande remédio das úlceras gástricas. Doença de Addison.
Alecrim - Serve como estimulante, vulnerário e também condimento. É aromático, antisséptico, colagogo, estomáquico, estimulante, emenagogo, antispasmódico e narcótico. Suas flores são úteis no tratamento da asma, da coqueluche, da fraqueza, gripe, etc.
Alfafa - Combate o escorbuto e raquitismo. Usado na falta de apetite, má digestão, úlceras, afecções nervosas e cistites. Excelente energético e reconstituinte do organismo.
Alfavaca - Carminativo, diurético, sudorífera, estimulante, antiespasmódico, empregado nas doenças do aparelho respiratório. Bom para a tosse.
Alfazema - Diurético, estimulante, antiespasmódico carminativo. Externamente, como antisséptico e cicatrizante.
Algodoeiro - Anti-hemorrágico; regras excessivas, metrorragias, emenagogo, facilita os trabalhos de parto.
Alho - Usado contra a cólera, vermes, escorbuto, hidropisia, pedras na bexiga, febre.
Alismacéa - Ver Chapéu de Couro.
Alface - Eficaz contra insônia, pessoas excessivamente nervosas, palpitações do coração, nevralgias intestinais, reumatismo,hipocondria, espermatorréia e priapismo.
Amor do Campo - Afecções das vias urinárias, blenorragias, doenças renais.
Amoréia - Adstringente, usado em gargarejos e bochechos, nas anginas, gengivites e aftas. Antidiarréico.
Angélica - Tem efeitos depurativos, diuréticos, estomacal, combatendo cólicas e gases, tônico, emenagogo, carminativo, excitante e antispasmódico.
Angico - Nas diarréias, anginas, como expectorante. Externamente em gargarejos e também em lavagens vaginais nos corrimentos.
Aniz Estrelado - Cólicas estomacais e intestinais, flatulências, facilita e ativa a respiração. Asma, tosses.
Aperta Ruão - Anti-gonorréico, colagogo, combate as doenças do fígado e dos rins, atua também sobre a bexiga. Externamente em lavagens na queda do útero (prolapso) e nas hemorróidas.
Araçá - Adstringente antidiarréico. Anti-hemorrágico.
Argentina ou Anserina - Contra os desarranjos gástricos, câimbras no baixo ventre e fortes dores na cabeça. A anserina cozida no leite é excelente para combater o tétano.
Aristoloquia - Ver Cipó Mil Homens.
Arnica do Mato - Anti-inflamatório, cicatrizante, anti-reumático, antigotoso, antisséptico, possui muitas das qualidades da arnica montana.
Arruda - Estimula os órgãos genitais femininos, facilitando a menstruação, excelente calmante para nervos.
Aroeira - Depurativo, emenagoga, diurética, vulnerária, antidiarréica, antileicorréica, febrífugo, adstringente, balsâmico, útil nas feridas, tumores e inflamações. Preconizada contra o reumatismo e as ínguas, e internamente, como purgativa e muito útil nas moléstias das vias respiratórias (bronquites) e urinárias.
Aspérula - Crua ou em chá, cura a dilatação do fígado, icterícia e hidropisia. Externamente aplica-se as folhas frescas em compressas contra as dores de cabeça, inchações, feridas etc.
Assa Peixe - Gripes, tosses, bronquites, espectorante, tônico pulmonar, diabete e rins.
Artemísia - Emenagogo, na atonia uterina, febrífugo, antiespasmódico.
Avenca - Expectorante, sudorífico, usado nas gripes e bronquites.

B
Babosa - Uso externo: inflamações, queimaduras, eczemas, erisipelas, quedas de cabelo, calos, rugas, sangramento do mamilo, laxante internamente e deve ser evitado por grávidas.
Bacaris - Ver Carqueja.
Bacupari - Ativo cicatrizante, ótimos resultados no tratamento das úlceras gástricas.
Baicuru - No tratamento das dismenorréias, corrimentos uterinos, moléstias do útero e dos ovários. Esterilidade. Úlceras.
Balieira - Diurético purgativo, útil nas hidropisias.
Banchá - Digestivo, auxilia no emagrecimento, muito apreciado pelos povos orientais, ainda contém flúor que protege os dentes contra as cáries.
Barbatimão - A casca, sob a forma de decocção, contra afecções escorbúticas, blenorragia, diarréia, hemorragia e leucorréia. Depurativo, tônico, anti-hemorrágico, usado externamente em lavagens vaginais e também nas úlceras, impingens, etc.
Bardana - É diurético, hipoglicemiântico e antifurunculoso.
Batata Purga (folhas e flores) - Prisão de ventre. Laxativo energético e depurativo.
Batata Sucupira (folhas e flores) - Artritismo e ácido úrico.Dores espasmódicas, reumatismo crônico, gotoso e deformante.
Baúna - Asma, bronquite, coqueluche e tosses. Antiespasmódico e calmante.
Becabunga - Purifica o sangue, regulariza o suco gástrico e o mau funcionamento do fígado.
Bicuiba - Usado na asma, perda de memória, doenças do estômago.
Boherarvia - Ver Erva Tostão.
Boldo - Moléstias hepáticas, prisão de ventre, facilita a eliminação da uréia, promove a digestão.
Borragem - Sudorífero, diurético, emoliente, útil nas febres eruptivas como sarampo, etc.
Buchinha do Norte - Utilizada no tratamento de sinusites.
Bowdiquia - Ver Sucupira.
Buranhem. - Moléstias intestinais, diarréias, colites.

C
Caapeba - Ver Pariparoba.
Cabeça de Negro - Ver Tayuya.
Cabelo de Milho - Age como diurético. Excelente para rins, nefrites, cistites, combate cálculos renais.
Cactus - Para males do coração, palpitações cardíacas (sem debilitar o sistema nervoso). É útil também na bronquite crônica e dores de cabeça.
Caferana - Tônico e anti-febril. Usado contra as febres intermitentes.
Cainca - Reumatismo, retenção de urinas, inchação das pernas.
Cajueiro - Anti-diabético de muito valor, anti-hemorrágico.
Calêndula - Para uso externo é cicatrizante, adstringente, clareia manchas.
Camará - Tosses, bronquites, grande tônico pulmonar.
Cambará - Expectorante balsâmico, tônico e febrífugo. Indicado nas afecções pulmonares.
Cambui - Ver Angico.
Camomila - Dores de estômago, cólicas intestinais, má digestão, cólicas das crianças e nevralgias, usado externamente em lavagens vaginais e clareador de cabelo.
Cana do Brejo - Diurético, depurativo. Catarro da bexiga, inflamações uretrais, blenorragias, tornozelos inchados, hidropsias, distúrbios menstruais e inflamação.
Cancerosa - Ver Espinheira Santa.
Canela Sassa Frás - Reumatismo crônico. Dores artríticas. Sudorífico.
Canela Preta - Enterites, cólicas, inflamações intestinais.
Canforeira - Excitante, estimulante, expectorante. Externamente no reumatismo.
Capim cidrão - Calmante,
Capororoca - Útil nas moléstias crônicas da pele.
Caraguatá - Tônico, bronquite, tosses e todas as doenças do aparelho respiratório.
Carapiá - Tônico, estimulante diurético, anemias e menstruações dolorosas, cólicas uterinas e ovarinas.
Cardamomo - Tônico cardíaco, carminativo, excitante.
Cardo Santo - Moléstias do fígado e do estômago. Febrífugo. Em doses elevadas pode causar queimaduras na boca, esôfago e também diarréia.
Caroba - Depurativo, tônico diurético. Manifestações sifilíticas da pele, vermífugo.É muito indicado para inflamações na próstata e rins.
Carqueja - Amargo, febrífugo, específico da má digestão, enterites, diarréias, aperientes.
Carrapicho de Carneiro - Ver Espinho de Carneiro.
Carrapicho Comum - Sudorífero, antitetanisante, medicamento de inigualável valor nos espasmos.
Carrapicho Rasteiro - Blenorragia, moléstias das vias urinárias, descongestionante e cicatrizante.
Casca D'Anta - Dispepsias, dores no estômago, escorbuto, cólicas intestinais e na impotência sexual.
Casca de Laranja Amarga - Estomacal, estimulante. Gastralgias e dispepsias.
Casca Preciosa - Tônico estimulante, males do estômago e reumatismo. Externamente em banhos (no reumatismo).
Cáscara Sagrada - Prisão de ventre no qual é específico, ingurgitamento do fígado.
Cássia - Laxativo e descongestionante, colites, diarréias e hemorróidas, específico da erisipela.
Cassaú - Ver Cipó Mil Homens.
Castanha da Índia - Indicada para flebites, ativa a circulação periférica eliminando varizes e hemorróidas. Proporciona grande alívio na sensação de cansaço e dor nas pernas.
Castanha Mineira - Estimula a digestão e o fígado. Dispepsias, fastio, flatulência, embaraços gástricos. Laxativo e purgativo.
Cataia - Ver Erva de Bicho.
Catuaba - Tônico nervino por excelência, empregado com muito sucesso na impotência sexual. Diurético muito ativo.
Cauda de Cavalo - Contra pedras ou cálculos na visícula e nos rins.
Cavalinha - Remineralisante indicado nas tuberculoses pulmonar e renal, diurético suave, eliminador de ácido úrico.
Cecropia - Ver Umbauba.
Cedro Rosa - Tônico amargo, febrífugo, usado na inapetência e nas febres em geral.
Centáurea - Grande remédio da inapetência, tônico. Contra prisão de ventre, debilidade do estômago, má digestão.
Centela Asiática - Excelente para o aparelho circulatório, cãimbras, celulite e gordura localizada.
Cepa Cebalo - Ver Espinho de Carneiro.
Chá de Bugre - Ver Erva de Bugre.
Chá Mineiro - Ver Chapéu de Couro.
Chá Porrete - Ver Quina do Mato.
Chapéu de Couro - Reumatismo, atritismo, manchas da pele, ácido úrico, diurético.
Chicória Amarga - Limpa os rins, baço e fígado.
Cipó Azougue - Moléstias da pele especialmente os eczemas secos e úmidos.
Cipó Cabeludo - Diurético de inigualável poder de combate a albumina.
Cipó Cravo - Bom estimulante e fortificante, inclusive com resultados positivos na impotência devida à fraqueza genital.
Cipó Mil Homens - Convulsões histéricas, suspensões de regras, neurastenia, dormências. Externamente nas picadas de insetos.
Cipó Prata - Eliminador do ácido úrico, útil nas doenças dos rins e bexiga, grande remédio das nefrites, faz clarear a pele e livra-a de manchas.
Comfrei - É cicatrizante. Usado para úlceras, gastrites e inflamações de modo geral. Tosse, diarréia, artrite, fígado, visícula. Diminuição da absorção do ferro e vitamina B12 pelo organismo.
Congonha de Bugre - Arteriosclerose, artrites, hidropisias.
Cravo da Índia - Bom para acalmar as vias respiratórias.Em forma de óleo acaba com micoses de unha.
Cordão de Frade - Tônico, diurético, anti-espasmódico, reumatismo, asma e perturbações gástricas.

D
Dente de Leão - Para problemas de fígado, icterícia, diurético, além de ter efeito depurativo do sangue.
Douradinha do Campo - Cólicas renais, eczemas, furunculose, elimandor de albumina, tônico cardíaco. Abaixa a pressão arterial.
Drimis - Ver Casca D'Anta.

E
Endro - Propriedades semelhantes às da Erva Doce.
Erva Cidreira - Ver Melissa.
Erva de Bicho - Específico em hemorróidas, das varizes (especialmente associado ao Hamamelis Virginica). Tem um grande poder no combate à histeria e nervosismo. Não deve ser usado nos períodos de gravidez.
Erva de Bugre (Guassatonga) - Atenua as crises de herpes e abrevia a cicatrização, sem eliminar o vírus do organismo. Alivia úlceras crônicas, reumatismo, manifestações sifilíticas e eczemas.
Erva de Santa Luzia - Uso externo nas doenças dos olhos em geral, para banhar ou em compressas.
Erva Sta. Maria (Mentruz) - Lombrigas, vermes intestinais, seu uso deverá ser seguido de um purgante de óleo.
Erva Cidreira (Melissa) - Calmante.
Erva Doce - Digestiva, combate gases, flatulências, cólicas abdominais, calmante, tosse seca.
Erva Tostão - Diurético. Afecções das vias urinárias, ingurgitamentos do fígado e do baço, icterícia, febres biliosas, nefrites e cistites.
Espinheira Divina ou Santa - Antiácido muito poderoso é empregado com grandes resultados nas úlceras gástricas, nas moléstias do estômago, e externamente aplicada nas feridas e úlceras. Tem um resultado maravilhoso nos males hepáticos e renais. Normaliza as funções gastro-intestinais.
Estigmas de Milho - Diurético de grande poder empregado na retenção de urina.
Eucalipto - Desinfetante das vias respiratórias, febrífugo, balsâmico, emprega-se também nas lavagens intestinais e irritações vaginais. Queimado, desinfeta o ambiente.

F
Funcho - Aromático, Carminativo, Cólicas fraudulentas.

G
Garra do diabo - Tem ação anti-inflamatória, alivia a dor nas articulações e em todos os casos de reumatismo, artrite e gota.
Gengibre - Estimulante, carminativo, empregado nas dispepsias.
Gervão - Afecções crônicas do fígado. Gripes e resfriados.
Gingko Bilobae - Melhora as propriedades fluídicas do sangue, oxigenando melhor os tecidos. Usado para cafaléias, vertigens, labirintite, perda de memória e atua prevenindo o envelhecimento precoce.
Ginseng - Tônico para o organismo em geral, bioestimulante, combate depressões, fraquezas, indisposições e cansaços. Renova o corpo perturbado pelo stress.
Goiabeira - Diarréias, flores brancas. Externamente em gargarejos.
Graviola - Usado em regimes para emagrecer.
Guaco - Depurativo do sangue, peitoral muito usado nas tosses e bronquites. Utilíssimo externamente nas dores reumáticas.
Guaraná - Um dos maiores tônicos vegetais. Tônico nervino, cardíaco, renovador da flora intestinal, tônico cerebral, tônico circulatório, preventivo da esclerose, remédio soberano da enxaqueca, afrodisíaco suave. Aconselhado no verão para prevenir insolações.
Guassatonga - Ver Erva de Bugre.
Guiné - Afecções reumáticas, paralisias nervosas e hidropsias. Externamente em fricções nas nevralgias e na paralisia dos membros.

H
Hamamelis - Circulação, caspa e seborréia.
Hortelã - Calmante, para insônia, câimbras, digestão difícil, cólicas intestinais flatulentas, vermes, tonturas e tosse. Nas dores de cabeça tomar 1 xícara de chá forte e deitar-se por cerca de 15 a 20 minutos. Externamente em lavagens e banhos no prurido vaginal.

I
Ipê preto ou roxo (Pau D'Arco) - Remineralizante do organismo, vegetal de muito valor, indicado nas congestões hepáticas e ultimamente experimentado nos casos de câncer, com sucesso. Auxiliar no tratamento de infecções e inflamações. Atua sobre a circulação, vias respiratórias e sistema gástrico.

J
Jaborandi - Sudorífico, indicado nas paralisias renais, nas gripes e bronquites, nas intoxicações urêmicas, nas hidropisias renais. Externamente usa-se como bom tônico capilar.
Jambolão - Nos diabetes. "Nenhum outro remédio produz em tão alto grau a diminuição e o desaparecimento do açúcar na urina."(Boericke)
Jasminum Arabicum - Atua como cardiotônico e diurético, estimulando a circulação em geral e os rins. Falta de ar e nos edemas, síncopes e vertigens. Calores da menopausa.
Jatobá - Balsâmico, tônico por excelência dos pulmões e como tal, indicado nas tosses, bronquites e fraqueza pulmonar.
João da Costa - Muito eficaz nos distúrbios uterinos e dos ovários, cólicas, corrimentos, inflamações dos ovários, dores menstruais.
Jurubeba (Solanum) - Remédio consagrado nos males hepáticos, nas doenças do baço, nas febres biliosas.

L
Laranjeira (folhas) - Estomáquico, calmante do sistema nervoso.
Limão Bravo - Estimulante estomacal, sedativo. Tosses, bronquites e cólicas.
Linhaça - Desobstruente, digestivo, emoliente, externamente em cataplasma nas inflamações.
Losna - Estomacal, anti-febril, vermífugo. Usado na inapetência.
Louro - Hepático, estomáquico, desobstruente.

M
Maçã seca - Ajuda a emagrecer e combate problemas digestivos. É muito aromático. A semente da maçã em forma de chá ou mascavo repõe hormônios - equilibra e evita sintomas da menopausa.
Macela - Estomacal, diurético empregado nas cólicas intestinais, nas dores de estômago e nas indigestões. Externamente grande remédio para lavar feridas e úlceras e para banhar os pés contra os suores fétidos
Malva - Para a tosse, causada pela irritação da traquéia ou da laringe. Favorece a expectoração do catarro e combate a inflamação das vias respiratórias. É empregado como tópico, emoliente, em gargarejos para anginas, absessos da gengiva ou da boca, nas feridas inflamadas ou em lavagens nas inflamações dos intestinos. Para crianças pedaços da raiz se mascado favorece o desgaste da pele onde os dentes estão rompendo, alivia a dor.
Mamica de Cadela -Sua ação cicatrizante traz ótimos resultados no tratamento das úlceras gástricas.Vitiligo.
Manjericão - Estimulante antiespasmódico, dispepsias nervosas, para amadurecer espinhas, furúnculos e antrazes e nas picadas de insetos.
Maracujá - Ver passiflora.
Marapuama - O seu valor é mundialmente reconhecido como um dos mais enérgicos tônicos nervinos. Eficaz na fraqueza nervosa, paralisias, e na impotência sexual. Externamente misturado com óleo de mocotó constitui um remédio de grande valor para massagens nas paralisias.
Mastruço - Específico das tosses catarrais é um grande tônico pulmonar, muito indicado na anemia, no raquitismo, na escrofulose, anti-escorbútico. De grande proveito para as crianças.
Melissa - Tônico amargo antiespasmódico e estomacal. Muito empregado no fastio, nas digestões laboriosas, no histerismo e como sedativo nos estados de nervosismo.
Mentruz - Ver Erva de Sta. Maria.
Mil homens - Diabetes.
Mulungú - Sedativo, hipnótico, acalma o sistema nervoso, combate a insônia, as palpitações, a histeria, a coqueluche e a asma.
Mutamba - Tônico capilar.

N
Nogueira - Sífilis, reumatismo, escrofulose, linfatismo.
Noz de Kola - Restaurador do sistema nervoso central, melhora a memória e a capacidade muscular.
Noz Moscada - Carminativo, facilita a digestão, combate os gazes.

O
Óleo de Copaíba - Excelente para bronquites, asmas, distúrbios respiratórios e digestivos.
Óleo Vermelho - Asma, tosse, bronquite asmática, fraqueza.

P
Palma Cristi - Excelente para emagrecer.
Parietária - Diurético, refrescante e emoliente. Quase semelhante à Erva Tostão. Blenorragia, uretrites, dissolvente de cálculos e areias.
Pariparoba - Congestão hepática, moléstias crônicas do fígado e distúrbios renais.
Passiflora (Maracujá) - Calmante, sedativo e hipnótico. Usa-se com vantagem na insônia, em todos os estados nervosos e nas tosses. Abaixa a pressão.
Pata de vaca - Diurético e de ação nos diabetes.
Pau D'Alho - Reumatismo, hidropisias, tumores da próstata.
Pau D'Arco - Ver Ipê preto ou roxo.
Pau Ferro -Antidiabético, anti-gotoso, anti-hemorrágico. Reumatismo.
Pedra Hume Caá (Insulina vegetal) - Diabetes.
Picão branco - Icterícia, miomas, cólicas e inchaços abdominais e uterinos.Tratamento da erisipela, interna e externamente em compressas.
Picão preto (Carrapicho rasteiro) - Blenorragia, moléstias das vias urinárias, descongestionante e cicatrizante.
Pitanga - Diarréias, colites, desarranjos intestinais.
Poejo - Cólicas estomacais e intestinais onde age como sedativo e carminativo. Tosses e bronquites. Pode provocar o aborto.

Q
Quebra pedra - Combate as areias e cálculos renais, alivia as dores e clareia a urina. Tem pouco efeito diurético.
Quina do mato - Anemia, febres, falta de apetite, fraqueza. Externamente usado
para escurecer cabelos.

R
Raiz de lótus - Gripes, pneumonia, efizema pulmonar, suores da menopausa.
Raspa de juá - Expectorante, sudorífero, anti-gripal. Eliminador de caspa e tônico capilar.
Rosa branca - Laxativo suave, empregado nas prisões de ventre infantis. Externamente para lavagens dos olhos para combater inflamações.
Romã (cascas) - Diarréias, colites. Bom para tosse, bronquite, aftas.

S
Sabugueiro - Sudorífero enérgico, usado para provocar transpiração, nas gripes, hidropisias e principalmente no sarampo.
Salsa - Diurético e estimulante gástrico, tosse, asma, amenorréia, dismemorréia e conjuntivite.
Salsaparrilha (Smilax) - Depurativo e tônico do sangue. Grande remédio das manifestações sifilíticas, da má circulação com pés sempre frios, dos reumatismos em geral. Tem ainda muita ação no tratamento da arteriosclerose, no excesso de colesterol e na uremia.
Salvia - Tônico e estimulante do sistema nervoso, usado nas dispepsias por atonia gastro-intestinal e nos suores noturnos.
Sassafrás - Depurativo e suporífero, usado no reumatismo e nas afecções da pele. Externamente nas dores reumáticas em fricções.
Semente de linhaça - Combate prisão de ventre, inflamações da bexiga e da próstata. É analgésica e anti-inflamatória.
Sene - Laxativo e purgativo.
Sete sangrias - Anti-sifilítico, anti-febril, muito empregado como diurético nas inchações das pernas. Para a pressão alta.

T
Tanchagem (Lhanten) - Específico das moléstias da garganta, dores de dentes, cicatrizante muito ativo nas doenças ulcerativas das mucosas. Cura feridas e abscessos - não deixa marca. Antídoto dos efeitos da nicotina. Dizem possuir propriedades anticancerígenas.
Tayuyá - Anti-sifilítico, fortificante, usado nas doenças da pele, no reumatismo, nas hidropisias e nas paralisias.
Tília - Sedativo e antiespasmódico. Usado nos resfriados, espasmos, histeria etc. Tem ação tônica geral.

U
Umbauba - Pneumonias, cardiotônico, diurético. Asma cardíaca, hidropisias. Grande remédio das tosses.
Uva do mato - É um soberano remédio das moléstias hepáticas, renais, uterinas. Tem ação inigualável nas cólicas de todas as espécies.
Uva ursi - Específico nos males da bexiga. Cistites, inflamações da próstata, blenorragias etc.

V
Valeriana - Antiespasmódico e sedativo. Empregada nas neuroses cardíacas, nas perturbações da menopausa, nas gastralgias nervosas, na dermatose pruriginosa e na epilepsia.
Velame do campo - Depurativo, anti-sifilítico e anti-reumático, é usado nos ingurgitamentos ganglionares.
Velame do mato - Diurético e desobstruente indicado nas palpitações do coração, nas gonorréias crônicas, na sífilis, no reumatismo, nas afecções da pele, dartros, eczemas, etc.

Z
Zanga tempo - Profilático do couro cabeludo, na caspa, seborréia, queda de cabelos. Sua tintura deve ser aplicada em fricções diárias pela manhã.
Zedoária - Combate mau hálito e tem ação preventiva para problemas digestivos como úlceras, gastrites, prisão de ventre, má digestão, azia, etc. Melhora a circulação e tem ação diurética, melhorando também o colesterol. Útil também contra varizes, eczemas e furúnculos.

Erva Mate


Quando o tempo desenha com sua pena o ano de 1554, o General Irala, chegou a região de Guairá, situada à oeste do atual território do Paraná e encontrou lá uma tribo de guaranis pacíficos e hospitaleiros. Um dos hábitos destes indígenas lhe despertou muita curiosidade. Tratava-se do uso generalizado de uma bebida feita de folhas picotadas, tomadas dentro de um porongo, por intermédio de um canudo de taquara. Ao indagar sobre a origem daquela bebida, responderam os índios tratar-se da "caá-i", um hábito que teria sido inicialmente de uso exclusivo dos pajés em suas práticas de magia, mas que foi estendido aos outros guerreiros, em virtude de seus diversos benefícios.

E, mesmo depois do término das guerras, o seu uso continuou, pois seus efeitos estimulantes, fortaleciam tanto o corpo quanto a alma.

"Caá" era o nome da ervateira e a "caá-i" era bebida do mate. Esta bebida nativa foi um estrondoso sucesso entre os soldados de Irala. E, quando retornaram a Assunção, levaram um carregamento da erva para apresentá-la aos amigos.

Esta bebida impressionou tanto os espanhóis por sua natureza curativa e revitalizante, que despertou o interesse dos comerciantes de Assunção que visavam antes de tudo, o lucro financeiro. Foi uma correria doida até os ervais e em pouco tempo, a cidade duplicou de tamanho e sua população de riqueza. Entretanto, tal consumo foi condenado pela Igreja Católica, em plena Inquisição, em função dos índios lhe atribuírem poderes mágicos que apontavam sua origem à deuses pagãos. Mas tal proibição, acompanhada de multas, prisão e queima da erva, não impediu que o hábito se disseminasse.

O MATE NO RIO GRANDE DO SUL

Se os soldados de Irala estivessem se dirigido para o atual Rio Grande do Sul e não para Guairá, aqui, teria ocorrido a descoberta do uso do mate pelos europeus.

Um expressivo número de tribos guaranis vivam ao longo dos Rios Ijuí, Jacuí e Camaquã. Para colheita da erva mate, eram empreendidas expedições à serraria vizinha da Lagoa dos Patos, no vale do Rio Pardo e nos descampados do Planalto.

Acredita-se que os carijós, no litoral, assim como os guenoas da Campanha, também fossem apreciadores de um gostoso mate, mas inexistindo nestas redondezas, bosques de "caá", este hábito somente poderia ser mantido por intercâmbio com os guaranis.

"Sem esta erva", testemunhou o Pe. Nusdorffer, no século XVII, "o índio não pode viver".

Enquanto os índios do Guairá empreendiam suas viagens aos ervais subindo o Paraná em grandes embarcações, os ervateiros das Missões rio-grandenses iam montados a cavalo, levando uma boa provisão da erva, além de quinhentas a mil reses, para seu sustento naquela viagem de cento e tantas léguas. E, depois de cumprida a tarefa, retornavam eles, acompanhados por toda a população, procuravam a Igreja para agradecer o sucesso do empreendimento.

Os ervais missioneiros faziam parte do Tupambae, um campo comum, cujos produtos adviriam em proveito da coletividade.

"Cada dia, depois de ouvirem a missa e igualmente depois do rosário que se reza pela tarde, os que acudiram ao templo vão receber o mate, uma onça e meia pelo menos para cada pessoa, o qual lhe dá o mordomo em presença do cura e do corregedor. Aos que estão ocupados em serviço público, seja em ofícios, seja fora no campo, envia-lhes a quantidade de mate que parece proporcionada ao número de trabalhadores. Igualmente é preciso prover de erva aos que cuidam do gado nas estâncias e nas pastagens; e se alguns índios são enviados de viagem, não há de faltar nunca este artigo em suas provisões". Pe. Carlos Teschauer

Quando do Tratado de Madri de 1750 e da sua subseqüente Guerra Guaranítica, o uso do mate já tinha se tornado costume entre os dragões e demais soldados dos quartéis do Rio Grande e Rio Pardo.

Depois da Guerra Guaranítica efetuou-se a expulsão da Companhia de Jesus dos territórios europeus e coloniais de Portugal e da Espanha. Desde modo, os Trinta Povos das Missões de Guaranis perderam a unidade, subdividindo-se em quatro grandes províncias. Cada povo passou a ser gerido por uma espécie de administração mista, a cargo de um vigário e de um comandante militar. Em 1801, como reflexo de nova guerra na Europa, um grupo de aventureiros rio-grandenses pratica a extraordinária façanha de incorporar para o Brasil a região dos Sete Povos.

A partir dessa incorporação, normalizou o fornecimento da erva missioneira para a Capitania do Rio Grande do Sul, já sem burlas "aduanas"ou pagar direitos alfandegários, pois tudo agora era Brasil.

Por volta de 1820 o hábito do chimarrão já se enraizara definitivamente nas cidades e nos campos da Capitania.

O grande papel que desempenhou a erva-mate na sociedade gaúcha pode der avaliado por sua presença dentre os símbolos nacionais farroupilhas. No brasão da República já encontrávamos ramos de erva-mate contornando o barrete frígio e perdura até hoje no brasão e na bandeira do Estado do Rio Grande do Sul.

Nos dias frios, os índios tomavam o chimarrão e nas estações cálidas bebiam a cada instante o tereré, mistura de erva-mate e água fria.

"Não é a luz bem nascida

Já eu junto do fogão

Me preparo para a lida

Tomando o meu chimarrão.

É ele o constante amigo

Que vem logo ter comigo

De dia ao primeiro alvor.

Da mente as névoas consome,

Mata a sede, ilude a fome

E a todo ser dá vigor."

(Assis Brasil)

LENDAS

VERSÃO INDÍGENA

Há muitos e muitos anos, no tempo dos Tapes, uma grande tribo de fala guarani estava de partida. Precisavam encontrar um outro lugar para morar onde a caça fosse farta e a terra fértil. Lentamente os índios foram deixando a aldeia onde haviam vivido tantos anos.

Quando não havia mais ninguém, pelo menos era o que parecia, de repente, pássaros voam assustados. O couro que cobria a entrada de uma cabana foi afastado e surge um velho índio, curvado pelo peso dos anos e com os cabelos completamente brancos. Atrás dele caminha uma linda jovem índia. Ele é um velho guerreiro sem forças para acompanhar a tribo em busca de novas terras. Ela chamava-se Yari e era sua filha mais nova, que não teve coragem de abandonar seu velho pai, certa que sozinho ele não iria sobreviver.

Numa triste tarde de inverno, o velho entretido colhendo algumas frutas, assustou-se quando viu mexer-se uma folhagem próxima. Pensou que fosse uma onça, mas eis que surge um homem branco muito forte, de olhos cor do céu e vestido com roupas coloridas.

Aproximou-se e disse-lhe:

- Venho de muito longe e há dias ando sem parar. Estou cansado e queria repousas um pouco. Poderia arranjar-me uma rede e algo para comer?

- Sim, respondeu o velho índio, mesmo sabendo que sua comida era muito escassa.

Quando chegaram à sua cabana, ele apresentou ao visitante a sua filha.

Yari acendeu o fogo e preparou algo para o moço comer. O estranho comeu com muito apetite. O velho e a filha cederam-lhe a cabana e foram dormir em uma das outras abandonadas.

Ao amanhecer o velho índio encontrou o homem branco e fez tudo para que ele parasse. O outro, porém, respondeu-lhe que tinha percebido a necessidade dos pois e se propunha ajudar. Dito isso, embrenhou-se em direção à floresta. Depois de algum tempo retornou com várias caças.

- Vocês merecem muito mais! explicou o homem. Ninguém já me acolheu com tanta hospitalidade, me dando tudo o que possuíam.

Falou também que tinha sido enviado por Tupã, que encontrava-se muito preocupado com a sorte dos dois.

- Pela acolhida que recebi, lhes reservo o direito de atender a um pedido. Diga o que deseja!

O pobre velho queria um amigo que lhe fizesse companhia até o findar de seus dias, para que pudesse deixar de ser um fardo para sua doce e jovem filha.

O estranho levou-lhe então até uma erva mais estranha ainda dizendo:

- Esta é a erva-mate. Plante-a e deixa que ela cresça e faça-a multiplicar-se. Deve arrancar-lhe as folhas, fervê-las e tomar como chá. Suas forças se renovarão e poderá voltar a caçar e fazer o que quiser. Sua filha poderá então retornar a sua tribo.

Yari resolveu que de qualquer jeito jamais ficaria para fazer companhia ao pai. Pela sua dedicação e zelo, o enviado do tupã sorriu emocionado e disse:

- Por ser tão boa filha, a partir deste momento passará a ser conhecida como Caá-Yari, a deusa protetora dos ervais. Cuidará para que o mate jamais deixe de existir e fará com que os outros o conheçam e bebam a fim de serem fortes e felizes.

Logo depois o estranho partiu, mas deixou na cabeça de Yari uma grande dúvida: como poderia ela, vivendo afastada das demais tribos divulgar o uso da tal erva? E o tempo foi passando...

Em uma tribo não muito distante dali, os índios estavam contentes com a fartura das caçadas. Organizaram uma grande festa para comemorar, não faltava comida e muita bebida. Mas a bebida demais levou dois jovens índios a começaram a discutir. Tratava-se de Piraúna e Jaguaretê. Da discussão ao enfrentamento foi um passo.

No furor da briga Jaguaretê empunha um tacape e dá violento golpe na cabeça de Piraúna, matando-o. Jaguaretê foi então detido e amarrado ao poste das torturas. Pelas leis da tribo, os parentes do morto deveriam executar o assassino. Trouxeram imediatamente o pai de Piraúna para que ordenasse a execução. Muito consciente que a tragédia só aconteceu por estarem os jovens sob o efeito da bebida, liberou o Jaguaretê, que foi então expulso da tribo e foi buscar sua sorte na seio da floresta e quem sabe nos braços de Anhangá, espírito mau da mata.

Conforme caminhava e o efeito do álcool era amenizado, mais se arrependia do mal que fizera.

Passadas muitas décadas, alguns índios daquela tribo, aventuravam-se na mata fechada em busca caça que já estava rara no local em que viviam. Entrando no sertão, no meio da floresta, encontraram uma cabana e foram aproximando-se com cuidado, mas mesmo assim foram pressentidos e saiu da cabana um homem muito forte e sorridente. Muito embora seus cabelos fossem totalmente brancos, sua fisionomia era de um jovem e ofereceu-lhes uma bebida desconhecida. Identificou-se então como sendo Jaguaretê, o índio expulso de sua tribo e que a bebida desconhecida era o mate.

Contou que quando foi abandonado a sua sorte, muito andou e quando estava apertado de cansaço e remorso, jogou-se ao chão e pediu para morrer. Acordou-se com a visão de uma índia de rara beleza que apiedando-se dele disse-lhe:

- Meu nome é Caá-Yari e sou a deusa dos ervais. Tenho pena de você, pois não matou por gosto e agora arrepende-se amargamente pelo que fez. Para suportar seu exílio, eis aqui uma bebida que o deixará forte e lhe esclarecerá as idéias.

Levou-o até uma estranha planta e voltou a dizer:

- Esta é a erva-mate. Cultive-a e a faça multiplicar. Depois prepare uma infusão com suas folhas e beba o chá. Seu corpo permanecerá forte e sua mente clara por muitos anos. Não deixe de transmitir a quem encontrar o que aprendeu com o mate.

- Por tanto, jovens guerreiros, quero que leve alguns pés da erva-mate para a sua tribo e que nunca deixem de transmitir aos outros o que aprenderam.

Aqueles índios voltaram e contaram aos outros o que haviam ouvido. O mate foi plantado e multiplicou-se. Outras tribos apreenderam e foi desta forma que seu uso chegou até nós.

Há porém, uma outra tradição assaz diversa sobre a aplicação e uso da erva-mate. Ela foi também um veículo dos mais eficazes usados na feitiçaria ou magia guaranítica.

Narra-se que um feiticeiro foi ensinado por Anhangá como deveria beber a erva, quando quisesse consultá-lo. O pajé seguiu a risca as instruções e desde então fazia maravilhas. Passou a usá-la também como ingrediente nas suas feitiçarias.

Diziam os feiticeiros:

- "A erva me disse ou aquilo..", quando davam seus oráculos.

Os feiticeiros comunicaram seu mistério a outros e, pouco a pouco, o uso se tornou geral. Diziam que não havia coisa que se prestasse mais para causar dano. Esta bebida também servia de filtros e muitas mulheres fizeram deste negócio um comércio.

Ainda hoje se tem o costume, de quando se oferecer a cuia a um amigo, o dono da casa deve sugar os primeiros goles e jogá-los fora, pois por herança deste costume antigo, acredita-se que os primeiros sorvos não são bons. A alegação para tal feito é que o demônio Anhangá contamina a erva com seu maléfico influxo.

Deve-se atirar os primeiros goles da boca para as costas, um por cima do ombro direito e o outro por cima do esquerdo.

LENDAS CRISTÃS

Tem o uso da erva, no dizer de Granada, uma alta origem no que poderíamos chamar de mitologia cristã. Já desde o primeiro quartel do século XVI, corria na América do Sul a lenda da estada do Apóstolo São Tomé no Brasil e países vizinhos.

Conta-se que chegando ao Paraguai, viu imensos matos de árvores do mate. Os índios, porém, não lhe davam utilidade nenhuma, até olhavam-nas com certa repulsão, porque as tinham por venenosas.

São Tomé achou entre os guaranis muita disposição para receber a fé e as águas do batismo. O santo, vendo a dedicação deste povo, quis fazer-lhe um benefício ensinando-lhes o uso da erva. Atraída por sua palavra, tinham-no seguido, uma grande multidão, quando arrancou uma porção da erva e a ajuntou cuidadosamente. Depois fez uma fogueira, estendeu as folhas da erva de tal maneira sobre as brasas que sem queimá-las, as tostasse. Por intermédio da lenta ação do fogo, perderam as folhas da erva, por evaporação, as substâncias danosas que possuíam.

O que serviu para grande consolação e regozijo dos índios guaranis foi que as folhas emitiam uma suave fragrância, circunstância que aguçou-lhes a curiosidade em relação a erva.

Desfizeram as folhas tostadas e pondo-as em água produziram uma bebida de gosto tão agradável quanto proveitosa. É Lozano que narrou este episódio na sua história da conquista.

Segundo o mesmo autor, conferiu a São Tomé a esta erva, virtudes medicinais contra pestes e várias doenças. Conta, que certa vez uma terrível peste dizimou quase todos os povos guaranis. Os infelizes, recorreram a São Tomé, que andava pregando por aquelas regiões.

O santo apóstolo respondeu:

- "Em casa possuis o remédio; a misericórdia divina nunca desampara os justos".

Em seguida mandou trazer os ramos da erva-mate, tostou-os, triturou as folhas, colocou-as na água e bebeu, para que eles não receassem bebê-la também.

-"Bebei", acrescentou, "as folhas desta erva e com elas curareis todos os enfermos e, vós, os sãos, ficarão imunes à peste."

Obedeceram os índios e nenhum dos enfermos tornou a morrer, assim como não adoeceu mais ninguém.

OS AVIOS DO CHIMARRÃO

Denomina-se "avios do chimarrão" os apetrechos ou utensílios necessários para tomá-lo.

É tudo muito simples, você precisará de uma chaleira ou um vasilhame que possa ser levado ao fogo para aquecer a água (nunca ferver!). Fora isso, a cuia, a bomba e a erva.

A cuia (do guarani "iacuhi" = cabeça) faz as vezes de uma chícara ou taça de chá, mas não dispõe de alça e deve acomodar-se naturalmente na mão.

Tradicionalmete, utiliza-se como cuia o fruto seco de duas cucurbitáceas diferentes: a "lagenaria vulgaris", que dá o porongo propriamente dito, redondo e arredondado, e a "crescentia cujetare", que dá a cuia propriamente dita, achatada, para os uruguaios conhecida como "galleta".

Nas regiões produtoras, como o Planalto, a fartura do produto permitiu a popularização do porongo de boca larga, mas nas regiões aonde o produto chegava em morosas caretas e no lombo de cargueiros (Compahia rio-grandense, Uruguai, Argentina), ou se cortava o porongo "ao contrário" (ao contrário da maneira planaltina), deixando uma boca de no máximo uma polegada, ou se usava diretamente a cuia chata ou "galleta", pequenina e econômica.

Houve época em que se fabricavam cuias finas, de porcelana, de formato achatado, para uso no mate doce das casas de estância; e mais recentemente industrializam cuias de madeira, de vidro, de madeira recoberta com alumínio, etc.; mas nada se compara ao porongo ou a cuia tradicional.

A bomba consiste num canudo de 20 a 30 cm de comprimento por 5 a 10 mm de diâmetro, achatado numa extremidade (bocal) e apresentando, na outra, um bojo oco e crivado de furinhos.

No século XVII dois tipos de bomba eram conhecidas: a de prata, metal abundante então na América, e a taquara, confeccionada pelos indígenas e resultante de um paciencioso trançar de fibras de duas cores.

Atualmente é desconhecida a bomba vegetal: utiliza-se tão somente a bomba de "metal branco", entre os gaúchos menos abastados, e a bomba de prata, muitas vezes com relevo e bocal de ouro.

Um outro elemento, não essencial, poderia ser incluído entre os avios: o tripé, ou outra base qualquer, em que a cuia possa se firmar quando não está em uso.

Apesar de simples esses apetrechos são fundamentais e já rendeu até inspiração aos poetas gaúchos:

"Quanto aos furos de uma bomba

calibre não muito estreito;

do contrário, se o sujeito

se prende louco a chupar,

quando menos se dá conta,

de tanto que chupa e chupa,

o pobre diabo, num upa

pode do avesso virar!"

(Eugênio Severo)

COMO PREPARAR O CHIMARRÃO

O CHIMARRÃO é uma das várias formas de preparar a ERVA - MATE para ser tomada, tanto no inverno como no verão, a qualquer hora. Uma das maneiras de preparar um bom chimarrão é seguindo essa receita: 1º ) Colocar erva-mate na cuia, aproximadamente até 2/3 de sua capacidade.

2º ) Tapando a boca da cuia com a mão, procura-se, com a cuia de boca para baixo, através de leves movimentos para cima e para baixo, separar os talos e palitos da erva-mate propriamente dita.
3º ) Inclina-se a cuia mais ou menos 45º e retira-se a mão, fazendo com que os palitos da erva fiquem na parte inferior (cestinho da cuia), formando uma trama que facilitará a entrada de água na peneira da bomba.
4º ) Na mesma posição anterior despeja-se água fria ou morna (água fervente queima o mate, dando um gosto amarguento) até o topete da erva, que não deverá ser molhado. Aguarde até que a água seja absorvida (2 a 3 minutos).
5º ) A colocação da bomba é um momento decisivo no preparo de um bom chimarrão. Tapando o bocal com o polegar, introduz-se a bomba no lado cheio d'água da cuia, até o fundo do cestinho.
Com movimentos de pulso, procura-se a melhor posição, para que a bomba fique firme. Retira-se o polegar e observa-se o nível da água, que deve baixar alguns milímetros. Isso prova que o chimarrão está desentupido.
6º ) Com a cuia na posição vertical, coloca-se água quente. A temperatura ideal da água é 75 graus, obtida quando a chaleira começa a chiar.
OBS: Nunca "desbarranque" o talude formado pela erva, pois molhando o topete não vai conseguir melhor sabor. Na realidade o sabor se prolongará de acordo com a quantidade de erva que a cuia suporta e que gradativamente vai sendo retirado pela água na medida que o mate vai sendo "lavado".
7º ) Pronto. O primeiro mate pode ser ingerido, não há nada de mal nisso, porém alguns mateadores costumam cuspi-lo fora até ouvir o "ronco" da cuia. Isso porque o primeiro mate não é o mais saboroso, a bomba retém resíduos de pó da erva e a água ainda não alcançou a temperatura ideal.

Fonte: Casa do Chimarrão

HORÓSCOPO DO CHIMARRÃO

CHIMARRÃO, nossa Poção Mágica:

Te aconselho a tomar o chimarrão no início do teu dia, mesmo que ele comece às quatro da tarde. Os índios, seus inventores, o tomavam antes de ir para as batalhas. 0 Chimarrão te dá força e pique para ires à luta no dia a dia, e, ainda por cima, te deixa buenaço ou lindona, no más.

Aproveita essa hora sagrada para abrir um livro, jogar um tarot, ou fazer uma meditação sobre a tua vida. Aí, ficarás bonito ou bonita, por dentro e por fora!

E vamos aos locos!
ÁRIES - Esse, acha que a cuia é dele! Tu tá recém pondo a chaleira no fogo, e ele já tá ali, perguntando se tá pronto. Esbaforido, sempre se queima, ou fica com a bomba entupida, pões que não tem paciência pra esperar que a erva assente. Dá-lhe um Trancaço, c diz que no Natal ele vai ganhar uma cuia só pra ele. Não te preocupa, que é loco manso.

TOURO
- ele primeiro vê se a cuia é linda, no más, e depois, fica ali, acariciando a dita, com cara de libidinoso. Como em geral, é guloso pra caraco, te passa o mate, mas fica te olhando atravessado, e ruminando... como é do seu feitio. Não vale a pena discutir com o bagual, pois além de cabeçudo, quase sempre é o dono da cuia e da bomba...


GÊMEOS
- o vivente já entra no rancho falando e contando causo, trovando e matraqueando que é um inferno. Tudo com a cuia na mão. Até que o povaréu começa a ficar nervoso. Conselho: antes que esfrie até a água da térmica, saiam de tininho e vão tomar mate em outro lugar. Ele nem vai notar.


CÂNCER
- esse já pega a cuia com ar de desolado, pois que a cuia lhe lembra a mãe. De tão sentimental, às vezes, ate chora, lembrando do primeiro chimarrão (que a gauchada nunca esquece). Quando sente medo do escuro, dorme com a cuia embaixo do travesseiro. E tem pencas de cuias e bombas entupindo as as gavetas... de recordação, ele diz.


LEÃO
- loco o convicto, não é que me inventou de mandar gravar um brasão de família na cuia e outro na bomba? Só toma chimarrão, se tiver um povo em volta pra ficar lhe olhando, e aí, aproveita, e desata a trovar e a declamar, esperando que lhe aplaudam. Sempre é bom não contrariar.


VIRGEM
- primeiro, ele lava as mãos e todos os apetrechos, depois, confere se a erva é ecológica, e por aí vai. Acha que, o certo mesmo, era cada um ter a sua própria cuia, bomba e mate. Mas, por via das dúvidas, carrega sempre um paninho que, discretamente, vai passando no bocal da bomba. Como é metido a botiqueiro, e conhece todo tipo de erva deste Rio Grande, enquanto mateia, vai dando receitas e curando, de lombriga a esquizofrenia.


LIBRA
- flor de fresco, chega a pegar a bomba com o dedinho levantado. Mas compensa, pelo senso de justiça. Só toma o mate depois que todo mundo já se serviu. Pra ele, matear, também pode ser sinônimo de namorar; daí que, se prenda, só faz roda de mate com a indiada marmanja, e, se marmanjo, põe açúcar e mel na cuia, e vai, todo lampero, pro Brique, ver se atrai as mosca, quer dizer, as moça.


ESCORPIÃO
- pega a cuia, e matreiro... sai de fininho para algum canto, remoendo traumas, encucações e toda a sorte de loucuras. Sem essa de que vingança é um prato que se come frio, pões que, na água quente do amargo, fica tramando seus planos de vingança (inclusive, e principalmente: Revolução Farroupilha, a revanche!). E, ai daquele que não lhe passar a cuia. Outro que tem fantasias sexuais com a cuia, com a bomba e com a térmica. Só não me pergunte quais.


SAGITÁRIO
- em geral estrangeiro, pois sagitariano que é sagitariano, nunca está em seu país de origem; aqui, no Rio Grande, pode ser um carioca, paulista ou baiano que, sem entender nada de tradição, fica mexendo o mate, com a bomba como se o amargo fosse um milk-shake. Conheci um que queria misturar mate com fanta uva.


CAPRICÓRNIO - inventou o tele-chimarrão com pingo-boy e tudo, e o chimarrão de negócios, o qual pratica toda a sexta-feira na sua empresa, que, aliás, exporta cuia, bomba, erva e demais aparatos para a gringolândia. Diz que já tá fazendo até japuca largar o chá e pegar a cuia.

AQUÁRIO
- rebelde até a última cuia, acha que esse negócio de chimarrão tá superado. Só não sabe pelo quê. Doido, mas metido a bonzinho, adora um povaréu; daí que, convida todo o vivente que estiver passando, pra sua roda de mate. Acha que se: o chimarrão fosse servido na ONU, o mundo seria outro.


PEIXES
- inventou a leitura de cuia e "recebe" entidades durante a mateada. Se desconhece o tipo de ervas que usa... mas, diz que faz roda de chimarrão com os daqui e com os do além. Por isso, um conselho de amiga: se a roda de chimarrão for em outra estância, que volte de táxi.
Fonte: Livro "A Bruxa Gaudéria e o bando de loco!", de Rose de Portto Alegre. Martins Livreiro Editora, 2003.

"E a cuia, seio moreno

que passa de mão em mão,

traduz no meu chimarrão,

em sua simplicidade,

a velha hospitalidade

da gente do meu rincão".

(Glaucus Saraiva)

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

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Bibliografia consultada:

História do Chimarrão - Barbosa Lessa

Mitos e Lendas do RS - Antonio Augusto Fagundes

Lendas do Brasil - Gonçalves Ribeiro

Ilustrações J. Lanzellotti

O Livro do Mate - Romário Martins

Contos Gauchescos - João Simões Lopes Neto