domingo, 2 de março de 2008

Os Fungos



O reino dos fungos, com mais de um milhão e meio de espécies, algumas delas microscópicas, é ainda quase desconhecido pela ciência. Apesar do pouco conhecimento que se tem sobre os fungos, reconhece-se que entre eles há muitos que já se tornaram imprescindíveis para a saúde humana, uma vez que contribuem de forma decisiva para a preservação da diversidade biológica do nosso planeta.

Os fungos atuam em nossas vidas de inúmeras maneiras. No pão, por exemplo, eles agem como fermento biológico. A rápida multiplicação do fungo produz minúsculas bolhas de gás carbônico, fazendo com que a massa cresça.

Saccharomyces cerevisae

Essa levedura é o Saccharomyces cerevisae, fungo unicelular, base para muitas indústrias, além da panificação. A cerveja e todas as bebidas alcoólicas feitas por intermédio da fermentação também são produtos fúngicos. O mesmo fungo que produz gás carbônico na massa de pão, o Saccharomyces cerevisae, ajuda a transformar açúcar em álcool.

Os refrigerantes também são produtos fúngicos, porque a maioria tem ácido cítrico, produzido por um fungo, o Aspergillus lividus, que é usado industrialmente.

A separação dos fungos em um reino à parte só surgiu formalmente nos anos 60, quando o ecologista norte-americano Robert Handing Whittaker propôs a atual divisão em seis reinos. Até então, mantinha-se a tradicional divisão em três reinos: animal, vegetal e mineral. Segundo esses critérios, só restava a possibilidade de eles pertencerem ao reino vegetal.

Essa separação continuou sendo adotada até meados do século passado e a sua influência é verificada até hoje, como se pode comprovar pelo fato de grande parte das Universidades e centros de pesquisa do mundo terem ainda a Micologia como uma dependência dos Departamentos de Botânica ou, uma subdivisão destes, e a fungicultura (cultivo comercial de cogumelos) estar ligada aos cursos de Agronomia.

Porém, os fungos têm uma série de características que os separam dos animais, vegetais, minerais, bactérias e protozoários, que são os outros reinos propostos por Robert Whittaker. Segundo ele, o mundo se divide em seis reinos: Monera (das bactérias); Protista (dos protozoários); Plantas (dos vegetais); Animália (dos animais); Mineralis (dos minerais), e Fúngico (dos fungos). Ao contrário das plantas, os fungos não têm clorofila nem outros pigmentos semelhantes e, portanto, não fazem fotossíntese; dependem de fontes externas de carbono orgânico para produzir energia.

Conforme os tipos de alimentos que utilizam, os fungos são classificados em saprobióticos, parasitas e simbióticos. Os saprobióticos ou saprofíticos se alimentam de material morto. É o caso dos mofos e bolores e de vários fungos comestíveis. Associados a bactérias atuam no ambiente como reguladores naturais da população de outros organismos.

Daí o seu papel para a manutenção da biosfera ter importância igual ao das plantas. Sem os fungos, a vida tal qual é hoje na Terra não seria possível, pois eles são agentes da decomposição, permitindo a reciclagem de nutrientes. Se houvesse, por exemplo, um grande cataclisma que eliminasse os fungos da face do planeta, o cenário que se poderia imaginar seria uma gradativa acumulação no sistema terrestre e marinho de matéria orgânica não-decomposta (galhos de árvores, restos de animais, etc.), fazendo com que todo o equilíbrio da biosfera ficasse comprometido.

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