quinta-feira, 11 de maio de 2017

Pesquisa revela propriedades anti-tumorais do abacaxi

Cientistas do Queensland Institute of Medical Research (QIMR) descobrem, em estudos laboratoriais, duas moléculas com atividade anti-tumoral existentes no abacaxi . Trata-se de duas moléculas de bromelina. Uma das moléculas, a CCS, bloqueia uma proteína conhecida como Ras, a qual é um oncogene, ou seja, participa da síntese de células tumorais de diversos tumores como os de pulmão, cólon, pâncreas e as leucemias. 

A outra molécula, chamada CCZ, estimula o sistema imune do organismo a destruir células tumorais. Estas moléculas podem permitir a produção de novos medicamentos contra o câncer.
Tracey Mynott (pesquisadora do QIMR) e colaboradores descobriram essas moléculas enquanto investigavam as propriedades da bromelina, enzima presente no abacaxi que tem a capacidade de dissolver proteínas. Com isto, é capaz de amacear carnes vermelhas e aves, clarear cervejas e tingir tecidos de couro. Eles descobriram que a bromelina também possui propriedades farmacológicas. Pode ativar células imunes específicas e, simultaneamente, bloquear a função imune de outras células.

A pesquisadora acredita que diferentes componentes desta mistura podem ser responsáveis pelos efeitos biológicos da bromelina. "Procurando por estes componentes nós descobrimos as proteínas CCS e CCZ, que podem bloquear o crescimento de uma variedade de células tumorais incluindo células da mama, pulmão, cólon, ovário e pele", diz Tracey Wynott.

De acordo com o National Cancer Institute, o câncer ultrapassou as doenças cardíacas como causa de morte nos Estados Unidos. A incidência cresce com a idade, com aproximadamente 80% dos cânceres ocorrendo em pessoas com mais de 55 anos. A principal limitação das terapias contra câncer é que não são específicas e podem atingir tanto células tumorais quanto células sadias.Tratamentos futuros devem ser mais específicos e seletivos para células tumorais.

Uma característica interessante da CCS e da CCZ é que elas são proteases. As proteases quebram proteínas, são enzimas degradativas, como no processo de digestão. Outras pesquisas sobre proteases focaram no seu potencial de causar danos. CCS e CCZ são os primeiros exemplos de proteases que mostraram sinais de transdução celular e têm atividades imunomoduladoras específicas.

Estas proteases representam uma maneira totalmente nova de tratar doenças e, possivelmente, uma nova classe de medicamentos anti-câncer. Produtos com mecanismos novos de ação são grandes descobertas no tratamento e na prevenção de doenças.

QIMR está aguardando incentivos financeiros do National Health and Medical Research Council para estudos adicionais sobre a CCS e a CCZ e o desenvolvimento de novos medicamentos. A intenção é dar continuidade a um projeto de pesquisas de dois anos. Se todos os objetivos da pesquisa forem demonstrados, CCS e CCZ vão atrair investimentos futuros da indústria farmacêutica e rapidamente participar de clinical trials em humanos.

Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário