A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está pesquisando os valores da romã. O objetivo é buscar formas de inserir essa fruta no mercado através de suas qualidades, principalmente por ser altamente antioxidante.
De acordo com a nutricionista Ellen Almeida, da rede estadual de saúde do Rio de Janeiro, o estudo é muito importante porque os chamados alimentos funcionais trazem muitos benefícios para a saúde.
“Eles atuam de forma bem eficaz na prevenção de muitas doenças. A romã está no mesmo patamar do tomate, da melancia e da uva”, diz ela.
Segundo estudos da Universidade de Baroda, na Índia, a romã tem três vezes mais capacidade antioxidante que os vinhos e o chá verde. Tradicionalmente, os povos árabes fazem uso desta fruta para fins medicinais.
As sementes e a polpa da romã contêm, entre os seus diversos compostos, um alto teor de flavonoides (antocianinas), vitaminas C e E e de betacaroteno, que, entre outras qualidades, captam os radicais livres do organismo humano. Estes, se produzidos ou absorvidos em excesso, contribuem para os riscos de doenças como hipertensão, catarata, artrite e envelhecimento precoce.
A romã tem sua origem no Oriente Médio e desde a antiguidade está associada a muitas lendas. Na medicina popular, é muito utilizada também para prevenir problemas na garganta. “Estão em andamento várias pesquisas para determinar quais são as quantidades máxima e mínima ideais para se consumir a fruta, no sentido de obter um melhor aproveitamento de seus respectivos nutrientes. Os resultados alcançados, no entanto, ainda não são conclusivos”, destaca a especialista.
Estudos realizados na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indicam que o suco de romã também pode colaborar na prevenção e no tratamento do câncer da próstata. Resultados preliminares desse levantamento foram apresentados, recentemente, num congresso norte-americano de urologia.
Produto para exportação
Pesquisadores e técnicos da Embrapa querem aumentar a produção de romã no Nordeste. A região tem clima e solo propícios para o cultivo dessa fruta com qualidade e quantidade.
O mercado para produtos extraídos da romã é grande em todos os continentes. Ela pode ser consumida in natura ou através de sucos. Estudos apontam que um óleo pode ser obtido através da prensagem das sementes, com ampla aplicação na indústria de alimentos; e a casca, na forma cristalizada, também pode ser comercializada com calda de açúcar.
“Os sucos são importantes porque têm como característica uma grande concentração das qualidades de qualquer fruta. No entanto, deve ser consumido na hora. Quanto maior for a diferença de tempo entre o preparo e o consumo, mais os nutrientes são perdidos por oxidação, ou seja, o oxigênio vai entrando em contato com os flavonoides e as vitaminas. Por exemplo, para garantir as propriedades da romã, é melhor consumir a fruta in natura”, orienta a nutricionista.
Agência Unipress Internacional
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