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sábado, 10 de outubro de 2009

Soja e Óleo de Prímula

Fonte: Capim Cidreira


Soja
veja como ela pode agir no corpo
A soja é uma pequena maravilha do reino vegetal, proporcionando inúmeros derivados alimentícios ricos em nutrientes saudáveis e cujo feijão também é conhecido como "grão milagroso".

Domesticada pelos chineses há mais de cinco mil anos, a soja é um dos alimentos mais completos e versáteis que o homem conhece. Considerada um alimento funcional, fornece nutrientes ao organismo e traz benefícios para saúde.
Vários estudos têm demonstrado que o consumo de produtos derivados da soja está frequentemente associado com a redução do risco de inúmeras doenças, tais como câncer de esôfago, pulmão, próstata, mama e cólon retal, doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes, mal de Alzheimer e sintomas da menopausa.
Estudos demonstram que, além de possuir alto valor nutricional, a soja auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e diabetes. Veja como ela pode agir em nosso corpo:

CORAÇÃO: a ingestão de proteína de soja reduz a taxa do mau colesterol (LDL). As gorduras predominantes no grão são as poliinsaturadas e as monossaturadas, que não provocam obstrução de artérias.

MAMA E PRÓSTATA: os fitoestrógenos, substâncias químicas presentes na soja e semelhantes ao hormônio feminino, reduzem o risco de câncer de mama e de próstata.

OSSOS: os fitoestrógenos podem aliviar sintomas decorrentes da falta de hormônios na menopausa e retardar a osteoporose.

INTESTINO E PÂNCREAS: suas fibras ajudam no funcionamento do intestino e na redução dos níveis de glicose no sangue de diabéticos.

No Brasil, apesar de o país ser o segundo maior produtor mundial de grãos de soja, o consumo de soja praticamente se restringe ao óleo. O efeito anticarcinogênico da soja é atribuído aos inibidores da protease, porém as isoflavonas parecem ser os mais proeminentes anticarcinogênicos da soja.
Os outros benefícios além dos correlacionados com a sua ação contra o câncer derivam principalmente da sua ação antioxidante, protegendo o organismo contra os danos celulares que levam ao envelhecimento. O teor de isoflavonas varia segundo a cor da soja, a parte morfológica da mesma (cotilédone, ipocotilédone e casca), a variedade (fatores genéticos) e as condições ambientais de cultivo (temperatura, umidade e solo).
A isoflavona aglicona, substância gerada no aparelho digestivo a partir da transformação enzimática da isoflavona glicosilada, agora pode ser obtida por meio de técnica desenvolvida pelo Prof. Yong Kun Park, do Laboratório de Bioquímica de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
Na forma glicosilada, a isoflavona é encontrada na soja (Glycine max). Absorvida pelo organismo na forma aglicona, a substância atua contra os cânceres de mama e próstata, neutraliza a ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células, ajuda na redução dos níveis de colesterol, atua no combate a doenças causadas por fungos, como micoses e candidíase, e é usada na reposição hormonal, no lugar do estrógeno.
Com a nova técnica, a isoflavona aglicona poderá ser oferecida ao consumidor como suplemento alimentar na forma de cápsula ou adicionada como ingrediente a bolos, chocolates e biscoitos.
As dietas ricas em fibras e com baixos teores de gorduras saturadas, aliadas a exercícios físicos e a um estilo de vida saudável, podem auxiliar no controle da obesidade e proteger contra doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e diabetes.
A soja e seus derivados têm importante participação nesse quadro, pois são ricos em proteínas de alta qualidade, minerais como ferro, cálcio, fósforo, potássio e vitaminas do complexo B.
São inúmeras as pesquisas realizadas pela área médica no Japão, na China, nos Estados Unidos e na Europa que comprovam cientificamente os benefícios da soja na prevenção de doenças crônicas.

COLESTEROL

Os altos níveis de colesterol sanguíneo e do LDL-colesterol estão associados às doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e arteriosclerose.
Pesquisas da American Heart Association - AHA (Associação Americana do Coração) têm demonstrado que a ingestão de proteínas de soja reduzem as taxas de LDL-colesterol.
Pacientes acompanhados durante quatro semanas, por médicos da AHA, e que tiveram a adição de proteínas de soja nas suas dietas - sem outra alteração - apresentaram uma redução nos níveis de LDL-colesterol em torno de 33%.
Assim, a introdução de pequena quantidade de proteína de soja na dieta diária, cerca de 20g que equivalem a 50g de grãos, é suficiente para deixar o seu sangue e o seu coração em forma.

CÂNCER

Os grãos de soja contém um composto singular denominado genisteína, também chamado de fitoestrógino ou hormônio vegetal, que possui uma ação estrogênica moderada, a qual atua na prevenção de cânceres relacionados com o estrogênio.
Pesquisas realizadas no Japão, nos Estados Unidos e na Europa têm mostrado que a ingestão diária de alimentos à base de soja como, por exemplo, o tofu (queijo de soja), missô, natto e tempe (especialidades da cozinha oriental) reduzem os riscos de cânceres de mama e de próstata em 50%.
A soja e seus derivados também possuem uma ação preventiva quanto aos cânceres de cólon, reto, estômago e pulmão. Para que os tumores aumentem seu tamanho, é necessário o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos. O bloqueio desse processo é visto como uma maneira potencialmente importante para controlar o câncer. A genisteína também inibe a formação desses vasos e, conseqüentemente, o desenvolvimento dos tumores cancerígenos.

OSSOS

Com o envelhecimento, a perda de cálcio aumenta numa taxa crescente, resultando na osteoporose. Na menopausa, esse processo se agrava com a deficiência hormonal ovariana. Devido à sua ação estrogênica, a genisteína da soja pode auxiliar a manter a estrutura óssea.
Exames de densiometria óssea comprovam que o consumo de soja retarda a osteoporose decorrente da idade, como também reduz significativamente a perda óssea total.

DIABETES

As fibras da soja exercem importante papel na regulação dos níveis de glicose no sangue, pois retardam a sua absorção. Essa redução na velocidade de absorção da glicose auxilia no controle da diabetes.

OUTRAS DOENÇAS

Há evidências de que o consumo de soja tem um efeito positivo no controle de outras doenças como hipertensão, litíase (cálculos biliares) e doenças renais.

SABOR E SAÚDE

Entretanto, um único alimento não impedirá a manifestação de doenças, pois não só de pão ou de soja vive o homem. Mas a adição desse "grão sagrado" à dieta, em conjunto com um estilo saudável de vida, promoverá um aumento nas chances de prevenir doenças.
Fonte: Dr. João Roberto D. Azevedo


Óleo de Prímula (Oenothera biennis)
Prímula é o nome da planta da espécie Oenothera biennis. Nativa da América do Norte, atinge em torno de 1 metro de altura e produz flores amarelas. O óleo de prímula é obtido das sementes dessa planta e muito rico em um tipo de ácido graxo essencial da família do Ômega-6 denomidado ácido gama-linoleico, reconhecidamente benéfico para a saúde.
De vez em quando, seja na mídia ou em revistas científicas especializadas, presenciamos o aparecimento de produtos miraculosos. Existem muitos exemplos recentes, entre os quais se destacam plantas medicinais ou seus princípios ativos, que vão desde nomes exóticos como kava-kava, gingko biloba até a popular berinjela.

No caso de óleos e gorduras, na alimentação, já se passou de uma perseguição implacável a todos eles, à suspensão drástica das gorduras animais até à reviravolta em termos de incentivo ao consumo de óleos vegetais. Nos óleos e gorduras os "milagres" ficam por conta de componentes específicos, sobre tudo os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6.

Peixes e seus óleos têm sido as principais fontes de ácidos ômega-3, embora também encontrados em óleos vegetais, como o de soja. Sementes de linhaça ("flaxseeds"), altamente ricas em ácidos ômega-3, têm sido popularizadas para a alimentação de galinhas, na produção de ovos enriquecidos com esses ácidos.

Tanto os ácidos ômega-3 quanto ômega-6 são poliinsaturados e sofrem facilmente deterioração oxidativa pelo oxigênio e a luz, "rancificando-se". Produtos químicos resultantes desse processo natural ou forçado, como no caso de frituras, podem ou não ser prejudiciais à saúde.
Ambos tipos de ácidos, incluídos em suplementações da dieta, têm sido submetidos a intensa pesquisa, devido às suas funções nutricionais e fisiológicas. Os ácidos linoleico e gama-linolênico (GLA), pertencentes à série ômega-6, fazem parte dos chamados ácidos graxos essenciais: aqueles que o homem, não sendo capaz de produzir, tem de ingerir de fontes externas. Portanto, os ácidos graxos essenciais (AGE) são aqueles exigidos pelos sistemas biológicos para reprodução e crescimento. Os ácidos graxos essenciais têm fundamental importância para a membrana das células, atuando na sua permeabilidade (função que controla a passagem de substâncias para o interior da célula, tais como glicose, lipídios e proteínas, além é claro, da água), na regulação da temperatura corporal, no gasto de energia do organismo, dentre outras coisas. A deficiência destes ácidos causa diversos distúrbios orgânicos, entre eles hiperqueratose e hipohidratação cutânea, queda himunológica, transtornos sexuais, no crescimento etc.

A deficiência de ácidos graxos essenciais, nos seres humanos, resulta em condições anormais da pele, tais como dermatites, escamações e ressecamentos; redução na regeneração dos tecidos e aumento da suscetibilidade a infecções. Esses efeitos são devidos, pelo menos em parte, à falta de prostaglandinas produzidas a partir dos ácidos poliinsaturados.
O ácido linoleico, presente em muitos óleos vegetais em quantidades apreciáveis como no de soja, milho e canola, soba ação de enzimas, transforma-se no ácido gama-linolênico (GLA) sendo, na verdade, seu grande precursor.

Por sua vez, no organismo, o GLA é facilmente convertido a prostaglandinas da série E1 (existem também da série E2 e E3). A formação de prostaglandinas ocorre mediante complicados processos do metabolismo. Tais processos podem ser inibidos ou alterados por diferentes componentes da alimentação como, por exemplo, gorduras sólidas; ácidos saturados ou colesterol (gorduras animais); por deficiência de zinco, abuso crônico de álcool, tabagismo; por determinadas doenças tais como infecções virulentas ou diabetes mellitus, mal funcionamento do fígado, desnutrição, câncer etc. A inibição pode ocorrer, ainda, em pessoas estressadas ou em períodos de envelhecimento.
Existem, por outro lado, as substâncias que favorecem a produção de prostaglandinas, entre as quais estão as vitaminas C, E (tocoferol) e B6 (piridoxina), o magnésio e o zinco.
As prostaglandinas de série E1 (PGE1) são substâncias tipo hormônios com propriedades anti-inflamatória, que exercem efeito regulador dos hormônios sexuais femininos, estrógenos, progesterona e prolactina, e têm efeito positivo sobre elasticidade cutânea (importante função da pele). Podem também agir como afinadores do sangue e como vaso dilatador. Parecem também ter alguma influência na moderação dos neurotransmissores no cérebro jovem (sobretudo, serotonina e dopamina), provocando mudanças positivas no estado de ânimo e no impulso de hiperatividade motora.

O ácido gama-linolénico (GLA) reduz a perda de água através da pele e aumenta a tolerância à exposição dos raios ultra-violeta; combate coronariopatias (reduz o colesterol LDL e aumenta o colesterol HDL), infecções virais, mal de Alzheimer e acalma crianças hiperativas. O GLA é encontrado em quantidades pequenas, porém importantes, no leite materno. O fato constitui mais um argumento a favor do aleitamento materno, sabendo-se, além disso, que a restrição da ingestão de gorduras para crianças pode reduzir o crescimento e a acuidade visual e limitar o desenvolvimento mental. Todavia, a quantidade de GLA no leite vai diminuindo ao longo da amamentação. Por isso, é aconselhável sua reposição na dieta da mãe, durante a amamentação. Há indicações de que o óleo pode contribuir para evitar a depressão pós-parto.
Assim, se o aporte do ácido linoleico na dieta é indispensável, o aporte de ácido gama-linolênico poderá corrigir situações deficitárias que, de outra forma, impediriam a formação de prostaglandinas.

Atualmente, o óleo de prímula é a mais importante fonte comercial de ácido gama-linolênico. Em cada grama do óleo encontram-se, além de quantidades menores de outros ácidos, de 65 a 80mg de ácido linoleico e de 8 a 14mg de GLA. Portanto, o óleo é, ao mesmo tempo, fonte do ácido gama linolênico e de seu precursor, o ácido linoleico.
O óleo de prímula é extraído das sementes da planta conhecida como prímula ou "evening primrose, da família botânica das Onagraceae, pertencente a espécie Oenothera biennis. A planta é nativa da América do Norte e foi introduzida na Europa no século XVIII, como planta ornamental. Encontra-se, hoje, mundialmente espalhada. Os índios americanos usavam-na como alimento e da raiz, folhas, flores e caules preparavam infusões e extratos, tendo ação emoliente, sedativa (tosse), estimulante da circulação sanguínea, além de nutriente capilar.
O teor de óleo nas sementes é da ordem de 10-20%, embora encontre-se valores de até 24% de óleo. Os principais produtores estão na Europa, Austrália, Nova Zelândia, Israel e Estados unidos.

O óleo é comercializado na forma de cápsulas moles e transparentes, com a seguinte composição típica: óleo de prímula - 500mg; envoltório (gelatina + glicerina) - 195mg; vitamina E - 10mg.
No Brasil, as cápsulas são encontradas ao preço unitário, médio, de um real. Nos Estados Unidos o preço do óleo, no varejo, pode ser de meio dólar/g!
Além do óleo de prímula, cápsulas vendidas no mercado provêm de uma das seguintes fontes de ácido gama-linolênico: óleo de sementes de "Borage" (Borago officinalis); óleo de sementes de cassis (Ribes nigrum) ou fontes fúngicas. Uma alternativa que começa a ser estudada é o óleo de canola, extraído de sementes geneticamente modificadas.

Aplicações do óleo de prímula

Através de seu princípio ativo, o ácido gama-linolênico, o óleo de prímula é empregado no tratamento de toda e qualquer condição para as quais as prostaglandinas (PGE1) seriam benéficas. Entre essas estão a tensão pré-menstrual, doenças benignas no seio, regulação do nível de colesterol sanguíneo, agregação plaquetária, regulação da pressão sanguínea, obesidade, doença atópica, esclerose múltipla, artrite, reumatismo, alcoolismo, desordens mentais e hiperatividade infantil.
Um aporte regular do óleo de prímula oferece ao organismo elementos construtivos essenciais para o mecanismo de auto-regulação hormonal, e contribui para o seu bom funcionamento e bem estar, especialmente na velhice, ou no envelhecimento prematuro provocado por certas enfermidades. Até para combater a anorexia o consumo do óleo de prímula vem sendo estimulado.
Alguns estudos envolvendo as propriedades anti-inflamatórias do óleo de prímula, com algumas pessoas sofrendo de artrite reumática resultaram em benefício significativo. Outras indicações para o uso de óleo de prímula incluem casos de cirrose descompensada, neuropatias diabéticas, tensão pré-menstrual (TPM) e esquizofrenia (coadjuvante).
Se a própria aceitação das propriedades enumeradas do óleo de prímula é matéria de controvérsia, muitas dúvidas existem sobre quais são as dosagens individuais. Há indicações de que, por via oral, devam ser ingeridas de 3 a 6g/dia, enquanto uma outra "receita" prescreve 2-4 cápsulas/dia, preferivelmente 1 hora antes das refeições.

Uso externo

Pode ser sob a forma de emulsão óleo / água, contendo 5% de óleo de prímula, para tratamento de eczemas, escleroses, hiperqueratoses e envelhecimento cutâneo. O número de aplicações vai desde duas até várias vezes ao dia.
Em qualquer caso, seja uso via oral ou tópico, e mesmo tratando-se de medicamentos naturais, deve-se evitar, sempre, a auto-medicação. Além disso, uma certa cautela nunca é demais.

Epilépticos não deveriam ingerir óleo de prímula.

Cápsulas de ômega-6 devem ser administradas com precaução não só em pacientes com histórico de epilepsia como também naqueles tomando drogas epiletogênicas, tais como fenotiazidas.
Apesar de tudo o que foi dito, muitos estudos experimentais envolvendo os efeitos positivos do óleo de prímula não são conclusivos. E, assim, apesar do que se anuncia, o produto não constitui um milagre.
Milagres fazem uma alimentação saudável (contendo quantidades balanceadas de ácidos graxos essenciais), um distanciamento do tabaco, exercícios físicos moderados e sistemáticos, e muita auto-estima.
FONTE: Revista Muscle in form número 28, ano 5
Por: Regina C. A Lago - Pesquisadora Embrapa

Um comentário:

  1. Tomo óleo de prímula a 4 meses e estou me sentindo bem melhor em relação a TPM.Adorei!
    Queria saber se homem também pode tomar primula contra estresse?

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