08/11/09 - 07h00
Clima e solo da região são inadequados para cultivos tradicionais.
Espécies nativas têm nutrientes que complementam a alimentação.
Espécies nativas têm nutrientes que complementam a alimentação.
O clima quente e úmido da região amazônica e o solo, ácido e carente em nutrientes, impossibilitam certos cultivos. Além das condições inadequadas para o plantio, os moradores do Amazonas não desenvolveram a tradição de consumir essas hortaliças convencionais.
O feijão-macuco é nativo da Amazônia. (Foto: Valdely Kinupp/Arquivo pessoal)
A ausência de certas culturas pode ser compensada por plantas menos conhecidas ao redor do país, as chamadas hortaliças-não convencionais. Muitas dessas hortaliças são nativas da Amazônia e aclimatadas ao clima e ao solo da região. São exemplos de espécies amazônicas a ária (Calathea allouia), feijão-macuco (Pachyrhizus tuberosus), taioba-branca (Xanthosoma sagittifolium) e araruta (Maranta arundinacea).
A taioba tem alto valor nutricional. (Foto: Valdely Kinupp/Arquivo pessoal)
“O caboclo consome muito amido, presente no arroz, na farinha e no macarrão. As hortaliças não-convencionais são ricas em zinco, manganês, ferro e cálcio, ausentes em boa parte da alimentação regional”, diz.
Outra vantagem das hortaliças alternativas da Amazônia é que elas podem ser plantadas em espaços onde já existem árvores frutíferas, sem a necessidade de desmatar novas áreas. Essa forma de agricultura ajuda, portanto, a desenvolver a economia da região de forma sustentável. O cultivo de hortaliças não-convencionais também é uma maneira de aproveitar a biodiversidade brasileira, segundo Valdely.
A ária é um exemplo de hortaliça não-convencional. (Foto: Valdely Kinupp/Arquivo pessoal)
Quem quiser conhecer de perto as hortaliças não-convencionais pode visitar o Jardim Botânico Adolpho Ducke, em Manaus. O endereço é Avenida Uirapuru, Bairro Cidade de Deus, Manaus (AM). O parque é aberto de terça-feira a domingo, das 8 às 16 horas.
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