Substância também é aliada do coração e ajuda a controlar a pressão arterial
Saiba tudo sobre o licopeno - Foto: Getty Images
O licopeno é um pigmento carotenoide e fitoquímico, encontrado principalmente no tomate e seus derivados, sendo o responsável pela cor vermelha intensa dele e de outras frutas, como melancia. Em humanos, ele se destaca pela forte ação antioxidante que ainda está sendo estudada. Algumas pesquisas apontam que o licopeno pode ajudar a prevenir o câncer de próstata, problemas cardiovasculares e a controlar a pressão arterial.
Benefícios em estudo do licopeno
Previne o câncer de próstata: Estudos em laboratório mostram que o licopeno poderia agir em células cancerígenas impedindo seu crescimento. Em humanos, pesquisas observacionais mostraram que havia menor incidência de câncer em pessoas com maior nível de licopeno no sangue, mas outros estudos não mostram essa evidência. Portanto, as pesquisas ainda são controversas. Como muitos estudos analisam o consumo de alimentos ricos em licopeno não se sabe se os benefícios são do licopeno em si ou se da dieta rica em vegetais fontes de licopeno.
Aliado do coração: Há evidências de que dietas ricas em carotenoides, como o licopeno, poderiam prevenir a oxidação e deposição do colesterol LDL, o ruim, nos vasos prevenindo doenças cardiovasculares. Contudo, não se sabe se esse efeito seria dos carotenoides ou dos fatores associados a uma dieta rica em vegetais com boas quantidades de carotenoides.
Controla a pressão arterial: O licopeno poderia ajudar a controlar a pressão arterial devido à sua ação antioxidante. Esta ação controla o estresse oxidativo, que por sua vez pode piorar a vasodilatação.
Forte ação antioxidante: O licopeno se destaca pela forte ação antioxidante que combate os radicais livres e assim proporciona os benefícios mencionados acima.
Deficiência de licopeno
Como o licopeno não é um nutriente essencial para o ser humano, sua deficiência não é considerada uma condição clínica. Além disso, outros carotenoides podem substituir o licopeno, como o betacaroteno.
Interações
Pessoas em tratamento de radioterapia e quimioterapia não devem consumir suplementos de antioxidantes, como licopeno, sem orientação do médico, pois pode haver interação com o tratamento.
Combinações de licopeno
A melancia é rica em licopeno - Foto: Getty Images
Alguns pequenos estudos mostraram que a associação de licopeno, betacaroteno, vitamina C e vitamina E teria um efeito protetor da pele contra os danos causados pelo sol.
Fontes de licopeno
As principais fontes de licopeno são: tomate, melancia, goiaba vermelha, mamão papaya, goji berry e toranja.
Quantidade recomendada
Como o licopeno não é um nutriente essencial para os humanos, não há uma recomendação sobre a quantidade recomendada. Lembrando que o ideal é consumir 5 porções de vegetais por dia. Há maior garantia de benefícios e prevenção de doenças comendo uma variedade de vegetais do que comendo muito de um tipo só.
Suplemento de licopeno
O suplemento de licopeno só deve ser ingerido após orientação médica ou de nutricionista. Pessoas alérgicas ou sensíveis a tomate podem ter reações alérgicas cutâneas. Quem tem problemas estomacais deve usar suplementos de licopeno com cautela. Pessoas que tomam qualquer tipo de medicamento, especialmente os anticoagulantes, devem ter orientação médica antes de consumir o suplemento de licopeno. Os suplementos antioxidantes, como o do licopeno, não devem ser ingeridos por pessoas em tratamentos de radioterapia ou quimioterapia.
Crianças, lactantes e grávidas não devem consumir nenhum suplemento sem orientação de médico ou nutricionista. Não há indicação, comprovação de segurança e efetividade da suplementação de licopeno para esse público.
Como consumir o licopeno
De acordo com um estudo publicado no jornal científico Advances in Nutrition é melhor ingerir o licopeno nos alimentos, como o tomate, e não na forma de suplemento. As pesquisas apontaram que o tomate in natura é mais eficaz ao reduzir o estresse oxidativo e também tem ação anti-inflamatória.
A goiaba é rica em licopeno - Foto: Getty Images
Para melhorar a absorção do licopeno do tomate, é recomendado aquecer o alimento, pois a temperatura mais alta ativa o licopeno para uma forma mais biodisponível, ou seja, que o organismo tem mais facilidade para aproveitar. Enquanto o licopeno do tomate cru apresenta uma biodisponibilidade em torno de 13%, o licopeno encontrado no tomate cozido é 70% biodisponível. O azeite de oliva extra virgem combina com o tomate, pois um pouco de gordura também aumenta a absorção do licopeno. Enquanto isso, as fibras prejudicam a absorção desse composto, quando em excesso. Portanto, o equilíbrio no consumo é fundamental.
Caso deseje cozinhar o tomate ou preparar um molho de tomate natural, utilize sempre o fogo em temperaturas mais baixas. Apesar do aquecimento melhorar a biodisponibilidade do licopeno, nesta forma ele também fica mais vulnerável à oxidação, e perde suas propriedades. Alguns estudos indicam que o cozimento do tomate em temperaturas acima de 100ºC já prejudicaria a atividade antioxidante do licopeno. Uma dica consiste em pôr as rodelas de tomate por cima da comida já pronta na panela e tampar por uns 10 minutos, durante o tempo final de cocção da preparação. Esse processo já auxilia na ativação do composto.
Riscos do consumo em excesso de licopeno
O consumo excessivo e prolongado de alimentos ricos em licopeno pode levar a coloração amarelo-alaranjado da pele, conhecida como licopenodermia.
Já os efeitos adversos do consumo excessivo de suplementos de licopeno ainda não foram bem descritos, mas pode ocorrer diarreia, náusea, dor de estômago, cólicas, gases, vômitos e perda de apetite, além da licopenodermia.
Fonte
Por Bruna Stuppiello
Nenhum comentário:
Postar um comentário