Método desenvolvido pela Embrapa Solos pode reduzir o custo dos produtores em 10% e ampliar a produtividade em até 30%
Uma tecnologia que permite produzir tomates sem resíduos de agrotóxicos será lançada nesta terça-feira (18/10), no município de São Sebastião do Alto, na região serrana do Rio de Janeiro. O tomatec, desenvolvido pela Embrapa Solos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, foi plantado no sítio Rio Negro, onde dois mil pés estão sendo cultivados pelos pequenos produtores locais.
Segundo o engenheiro agrônomo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, o tomatec é um sistema de produção que permite utilizar qualquer cultivar ou variedade de tomate. Ele se caracteriza pelo ensacamento das pencas, que garante que o fruto não fique contaminado por pragas nem por resíduos de agrotóxicos.
Não se trata, contudo, de produção orgânica, uma vez que existe, quando necessária, embora em escala reduzida, a aplicação de produtos químicos contra pragas, como defensivos agrícolas ou fungicidas, esclareceu.
Macedo explicou ainda que a tecnologia permite reduzir o custo dos produtores em cerca de 10%, ampliando a produtividade em até 30%. Ele avaliou que a redução no custo é um grande ganho, porque haverá aumento de produtividade e porque a ideia no futuro é que o produtor tenha esse produto valorizado.
A tecnologia baseia-se em pontos que podem ser adotados por qualquer agricultor. Um deles é a introdução do sistema de plantio direto, que envolve rotação de culturas, para o solo não ficar contaminado por pragas e doenças que atingem o tomate.
Manejo
A condução do tomate, ou tutoramento, é feita nessa tecnologia de forma vertical e não inclinada, como ocorre tradicionalmente, o que favorece a criação de um microambiente muito úmido próximo às plantas. Pelo tomatec, o tutoramento é feito com fitilhos que são usados uma vez e, depois, entram na rotação de culturas, como, por exemplo, a ervilha ou o feijão de corda.
Outro ponto reúne o uso da irrigação por gotejamento com a adubação. A essa técnica dá-se o nome de fertirrigação. Na produção tradicional de tomate, os produtores usam mangueira de duas polegadas. “É um sistema muito arcaico. Na fertirrigação, o produtor fica com o tempo de irrigar e adubar liberado para fazer outros tratamentos”.
Em seguida, vem o manejo integrado de pragas. Duas vezes por semana, o agricultor percorre a lavoura, analisando um número pequeno de plantas. Ele anota as doenças encontradas e, ao final do monitoramento, quantifica as pragas. “Se houver necessidade, aplica o inseticida ou fungicida”. O agrônomo da Embrapa Solos destacou que como as pencas deverão estar ensacadas nessa etapa do plantio, os sacos protegem contra a aplicação de defensivos.
“E os produtores têm a garantia de que vão colher 100% dos frutos, que não são atacados pelas brocas, praga que, nos tomates, causa prejuízo de mais de 50% do plantio se não houver o tratamento adequado”, explicou. Segundo Macedo, o agricultor ganha em termos de produtividade com o ensacamento, pelo fato de o inseto não conseguir atingir o fruto. Sem o ensacamento, a perda da lavoura atinge, em média, de 20% a 30%.
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por Agência Brasil
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