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sábado, 8 de março de 2008

Nossas Frutas II

Um sabor que é nosso


Ingá-cipó



Embora na Amazônia brasileira haja, aproximadamente, cerca de 200 espécies deste fruto, apenas de 4 a 5 são comestíveis, destacando-se, sem dúvida, por popularíssima, o Ingá-cipó, uma forma que já sofreu melhoramentos, pela cultura. Trata-se de uma fruta-vagem, bastante comprida (vai de 50 cm a 1 m e, excepcionalmente, a 1,5m) cuja polpa, além de abundante, sendo branca, é doce, macia e algo fibrosa.

Prolifera, expontânea e facilmente de sementes abandonadas principalmente em solos humosos ou semi-arenosos.



É consumido em estado natural, desconhecendo-se outra maneira de apreciá-lo.



Há outros tipos de ingá cuja polpa é bastante escassa mas não menos atrativa, principalmente para a população infantil: o ingá-cica, o ingá-xixica, o ingá-facão, o ingá-de-macaco e o ingaí, entre outros.



(1) – CORREA, Manuel Pio. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1926-1978 6v., il.



Biribá



Primo próximo da ata, certamente, o biribá é um dos frutos mais comuns e mais cultivados nos quintais paraense, dada a facilidade com que germina – espontânea – sendo que o lixo doméstico é o melhor adubo conhecido porque proporciona ao biribazeiro um rápido crescimento, frutificando, a árvore, em aproximadamente, quatro anos.

Originário da fronteira da Amazônia brasileira com a peruana, espalhou-se por toda essa região, alcançando o nordeste brasileiro, dispersando-se, também, pelas Antilhas e abrangendo partes do Caribe. Recentemente o professor Rubens Lima, do CPATU-EMBRAPA, realizando estudos de plantas de cultura pré-colombiana, no Rio Madeira, encontrou em Ariquemes (Rondônia) uma forma de biribá cujos frutos maduros medem cerca de 3 a 5 cm, pesando, medianamente, 15 g. Esta, sem sombra de dúvida, é a forma selvagem do biribá.



A polpa é esbranquiçada e abundante, doce e de suave paladar, sendo consumida em estado natural ainda que possa ser aproveitada para a feitura de sucos e sorvetes.



Floresce de julho a setembro, frutificando de novembro a maio; entretanto, a safra normal ocorre entre janeiro e maio. Mesmo assim, esporadicamente, pode ser encontrado no decorrer do ano nas feiras populares.



Graviola



Fruto delicioso, polpa branca, sucosa, agridoce e de aroma ativo; sementes numerosas negras ou marrons, brilhantes é, a graviola, indiscutivelmente, uma planta tropical americana, embora haja dúvidas a respeito do local exato de origem. Desconhece-se se do norte ou do centro das Américas ou se das Antilhas. Na Amazônia, porém, ela existe em estado selvagem, disseminada em diversos pontos e, segundo os estudiosos, seguramente advinda de antigas culturas indígenas. O certo é que dado o sabor excelente e o aroma de seus frutos, a graviola dispersou-se pelo mundo afora, soberana. Entre nós, é árvore cultivada, igualmente, em quintais, ainda que hoje existam grandes plantações; dada a excelência do fruto, atualmente, o comércio é feito em larga escala.

É encontrada durante o ano inteiro e, mais abundantemente, entre julho e setembro ainda que, entre nós, frutifique, bastante, nos meses de janeiro e fevereiro. Pode ser consumida “in natura” ou sob a forma de sorvetes, cremes, coquetéis, etc.



As folhas são utilizadas sob a forma de chás e infusões para combater a diabetes, embora não se deva abusar dessas mezinhas porque lhe são desconhecidos os princípios ativos e as dosagens certas.



A maneira mais conhecida de se saborear a graviola é sob a forma de creme. Muito simples a feitura, basta liqüidificar medidas iguais de polpa, leite condensado e creme de leite. Servir gelado. Entretanto, delicioso é o coquetel que é feito a partir da mistura de uma dose de gim e suco de graviola adocicado, um copo mal cheio. Acrescenta-se gelo picado, enfeita-se com um galhinho de hortelã, acompanhado de um canudinho para sorver-se.



Bacuripari



Humilde ante seu parente mais famoso, o BACURI, este fruto é, entretanto, deveras apreciado pela maioria da população sendo consumido em estado natural. Bem menos carnudo contém até quatro sementes envolvidas por uma polpa branca, mucilaginosa e, às vezes, bastante ácida.Embora esteja dispersado até o Paraguai é, provavelmente, de origem amazônica pois, em estado silvestre, pontifica não só nas matas de terra firme como, também, na várzea, nos igapós, nas capoeiras, etc., sendo, de todos os bacuris, o mais cultivado por toda a região.

O período de floração ocorre entre junho e novembro e o amadurecimento dos frutos vai de agosto a fevereiro do ano subseqüente.



Camapu



Com o camapu não há meio termo: ou você gosta ou não gosta.

Plantinha humilde, precisa de pouquíssimos cuidados para florescer: apenas a umidade do solo lhe é necessária para proliferar, espontaneamente, em redor das casas, em roças já inativas ou em qualquer outro lugar. Os frutos, ligeiramente ácidos, são consumidos em estado natural. Para tanto é necessário que o envoltório vesiculoso esteja bem seco e a baga bem amarelinha. Uma outra forma de consumi-los é em estado de conserva com vinagre, a modo um “picles”. Como é comum entre as solenáceas, as folhas do camapu são ligeiramente narcóticas, sendo utilizadas em forma de chás e/ou infusões para acalmar dores em geral. Para dores de dentes, o nativo macera a folha e coloca-a na parte afetada, obtendo um alívio quase que imediato. A população, principalmente a interiorana, usa, também, as raízes visando a cura de reumatismo e moléstias de cunho hepático. Costuma ser abundante, em Belém, de julho a dezembro. É uma planta de origem incerta e embora prolifere entre nós, é, igualmente, encontrada em outros pontos do território brasileiro.



Jambo



Árvore frondosa, esgalhada, flores belíssimas, de um carmesim brilhante, à época da floração que ocorre, mais ou menos, no espaço de duas semanas, forma-se, no solo, sob a árvore, o mais vistoso tapete natural, dada a queda de pétalas e estames.

O fruto, vermelho-escuro, de polpa branca, suculenta e esponjosa é muito apreciado, ao natural, sob a forma de sucos e de doces de calda.



Embora originário da Malásia, aclimatou-se perfeitamente entre nós e emparelha com a mangueira, em todos os pontos da região, das alamedas da capital às aldeias indígenas, não só por ser, o jambeiro, extremamente decorativo mas, principalmente, pela sombra benfazeja que proporciona em dias de canícula.

Produz, normalmente, duas vezes por ano.

No Pará, frutifica, em menor escala, o jambo rosa. A cor, um rosa claro muito bonito faz a festa do fruto no visual. Entretanto, o sabor fica muito a dever. Da mesma árvore retiram-se frutos adocicados e outros muito travosos. São sempre consumidos ao natural.

Receita de doce de jambo vermelho à moda da autora deste texto em cujo quintal há um enorme e lindíssimo jambeiro.



Lave os jambos muito bem. A quantidade é a que você quiser. Descasque-os, reserve as cascas, retire os caroços e ponha a polpa de molho num recipiente com água suficiente para cobri-la. Em seguida, cozinhe as cascas com água, o bastante até que elas fiquem esbranquiçadas e a água, vermelha. Escorra e reserve essa água. Quanto às cascas, dê-as para as galinhas, caso você as tenha em casa. Para cada xícara de caldo, incorpore uma de açúcar e leve ao fogo, de novo. Quando levantar fervura, acrescente as polpas, cortadas aos pedaços e deixe que cozinhem até ficarem macias e transparentes e a calda ligeiramente grossa. Perfume com cravo-da-índia. O doce está pronto. Sirva gelado, acompanhado de creme-de-leite ou de creme chantilly. Uma delícia!



Piquiá



Espécie hileiana, grande árvore dispersada em matas altas, de terra firme, concentra-se, principalmente, na região do estuário do Rio Amazonas.

Carnudo, amarelado de polpa, de sabor e cheiro inconfundíveis e característicos é apreciado muito mais pela população de baixa renda que o consome cozido, roendo a polpa direto do caroço, acompanhado de farinha de mandioca ou acrescentando-o, livre das cascas, no feijão, na carne cozida ou no arroz. Gostoso, também, é saboreá-lo com café preto, bem quentinho.

A polpa fornece uma gordura branca e fina, bastante utilizada na cozinha cabocla e mesmo entre o povo da capital.



Receita de arroz de piquiá com charque
Livre das cascas cerca de 6 a 8 piquiás. Dessalgue e afervente, mais ou menos, meio quilo de charque não muito gorduroso, cortando-o, após, em pedaços pequenos. Numa panela, de preferência de barro, coloque uma cebola média, cortada miúdo, uns três dentes de alho bem amassados, pimentinha verde e o charque. Não acrescente gordura. Leve ao fogo, mexa bem e a gordura existente no charque manterá o ponto ideal do refogado. Acrescente uma boa quantidade de temperos verdes (alfavaca e chicória) tudo miudinho. Ponha água e deixe o charque amaciar. Então, acrescente os piquiás, o arroz e água suficiente para cozinhá-lo. Prove o sal. O arroz de piquiá deve ficar suculento. Sirva bem quente, na própria panela e coma, seu mano, coma porque, ratificando, é um prato “pai-d’égua” de bom!





Taperebá



De origem americana, certamente, embora seja desconhecida a área precisa do seu indigenato, pelo fato de existir em estado silvestre superior ao cultivado, supõe-se ser a Amazônia, o berço do taperebá.

Entre nós, abrangentemente, é encontrado em matas de terra firme e de várzea como, também, em cidades e povoados, em condições subespontâneas.



Apreciadíssimo sob a forma de sorvetes, sucos, picolés e doceria em geral, o ponto alto do taperebá é a famosa “batida” encontrada nos botecos às mais sofisticadas recepções.



Casca fina, lisa, amarelo-alaranjada, sucoso, mais azedo do que doce, encanta pelo aroma e sabor inigualáveis. Estando maduro é melhor consumi-lo de pronto porque deteriora facilmente sendo, também, muito sensível a manuseios.



O clímax da safra é de dezembro a junho, ainda que sejam encontrados nas feiras por um bom período do ano.



Tucumã



Muito pouca gente sabe que este fruto alaranjado, estando maduro, com um odor bastante enjoativo, de polpa grudenta e meio fibrosa contém, segundo Chaves (1947) que lhe estudou a composição química: “a) seu potencial de pro-vitamina “A” é de 52000 u.i por 100 g, valor só igualável pela polpa do buriti, sendo 90 vezes mais elevado que o da polpa de abacate e 3 vezes superior ao da cenoura, vegetal até bem pouco tempo considerado a melhor fonte de pro-vitamina “A”; b) seu valor em vitamina B1 (tiamina) é bem interessante e o teor de vitamina “C” (ácido 1 – ascórbico) rivaliza com os frutos cítricos; c) o valor energético da polpa alimentícia é significativamente alto em relação aos frutos frescos em geral, 247 calorias por 100 g conseqüente de glicídios 19,1%, lipídios 16,6% e protídios 3,5%.”

Em resumo: a população, mormente a interiorana e a ribeirinha que, seguramente, o consomem amiúde, está mais do que beneficiada por um suprimento vitamínico excepcional e, com certeza, ignoram este fato.



O caboclo e o índio são, portanto, mais que beneficiados pelo tucumã, em outros aspectos: as folhas, tratadas de modo adequado fornecem-lhes fibras resistentes e finas indispensáveis para confeccionar a corda dos arcos, as redes para pesca e para dormir; a madeira, dura e resistente, utilizam-na para um sem número de coisas, não esquecendo o óleo que retiram da polpa e da amêndoa que, além de comestíveis, usam-no para untar corpo e cabelos. Reparem nas cabeleiras indígenas: negras, luzidias, fortes, quem já viu índio careca ou sofrendo de queda dos cabelos; e a pele? Lisa, limpa, uma seda. Vamos comer tucumã e bastante!



O clímax da safra é no 1º semestre do ano.





Pupunha



Pu-puu-nha co-zii-da!

Era o gostoso e saudoso pregão que acordava o nosso povo, em tempos idos, nas manhãs chuvosas de janeiro a março. Com a safra da pupunha, escutava-se nas ruas a voz aguda do pupunheiro que as trazia, acondicionadas no tabuleiro, umas grandes e gordas; outras, menores, esmirradas, mas lustrosas, já cozidas, prontinhas para serem comidas no café da manhã. Atualmente, no centro da cidade, o pregão escasseou um pouco. Mas, na periferia, ele e sua monocórdica cantilena ainda fazem parte do cenário belemita.



Vermelhas, amarelas, alaranjadas ou mesmo verdes; redondas, cônicas, ovóides, seja lá do jeito que elas forem, o importante é saborear a polpa carnuda, espessa, às vezes fibrosa, acompanhada com mel, açúcar ou ao natural.



O que se sabe da origem da pupunheira (Bactris gasipae)? Muito pouco. Sem dúvida é americana, pois anteriormente à época dos descobrimentos, os índios já a cultivavam por saberem-na fonte importantíssima de sua alimentação. Por isso mesmo ela merecia um lugar de destaque nos festivais que celebravam o início das colheitas. Não demorou muito para que os povos, ditos civilizados, reconhecessem-na como base de uma alimentação nutritiva e essencial.

A pupunheira é cultivada por toda a região amazônica e parte do nordeste brasileiro, bem como nas Américas do Sul e Central, ao norte.



Segundo Huber, a pupunheira cultivada, atualmente em larga escala, surgiu do cruzamento espontâneo entre duas espécies selvagens, uma delas a Guilielma microcarpa, existente no Alto Purus. Foi introduzida por esse famoso botânico e ainda se encontra altaneira, no Museu Emílio Goeldi. A grande diversidade de formas hoje conhe-cidas, certamente surgiu a partir de híbridos resultantes e de outros, subseqüentes.



A maneira mais comum de ser consumida, repetimos, é cozida na água e sal. Entretanto, já há algum tempo, pessoas interessadas em tornar mais abrangentes e mais enriquecedoras as possibilidades de uso da pupunha tentam, artesanalmente ou não, a fabricação de licores, sorvetes, doces em calda ou pastosos com ótimos resultados.



Sabe-se que a Universidade da Costa Rica vem realizando sérios estudos com vistas não só à racionalização do cultivo mas, também, visando, economicamente, a todas as possibilidades de aproveitamento da pupunheira, através de um programa de industrialização dos frutos que, a seguir, transcrevemos: o fruto verde, usado na forma de “verdura”; o fruto maduro: 1º) cozido, como alimento natural; 2º) enlatado, em salmoura, vinagre ou azeite; 3º) moído ou granulado para recheios de carnes em geral, preparo de molhos, cremes e sopas; 4º) em forma de farinha para tortas, pão e sorvetes; 5º) ração concentrada para aves, suínos e gado leiteiro; 6º) manteiga de pupunha; 7º) vinho; 8º) vinagre; 9º) álcool; 10º) óleo de polpa e da semente.”



Recentemente a pupunheira vem alcançando sucesso na produção de palmito, graças às suas características de precocidade, produtividade e adaptação. Em plantações bem conduzidas, é possível iniciar a extração de palmito 15 a 16 meses após o plantio das mudas, ocasião em que as plantas atingem diâmetro basal (do tronco) de 8 a 10 cm. Embora se adapte com facilidade às mais diversas condições climáticas, o ambiente ideal encontra-se nos climas quentes e úmidos, com temperatura média anual acima de 22ºC e abundância de chuvas (acima de 2.000 mm anuais), bem distribuídas ao longo do ano.

É bom ressaltar que a pupunha é rica, na sua composição química, em proteínas, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo, entre outros, possuindo, também, um elevado teor de vitamina “A”.



Embora a força da safra ocorra de março a maio, a pupunha pontifica nas feiras belenenses do mês de novembro até junho do ano subseqüente.



Os frutos da pupunheira constituem um alimento essencialmente energético, mas contêm pequenas quantidades de proteína, óleo, caroteno (pró-vitamina A) vitaminas B e C e ferro.

De forma geral, as variedades ou tipos de pupunheira são agrupados segundo a coloração da casca dos frutos (do vermelho intenso ao alaranjado e do amarelo ao rajado de verde-amarelo), o teor de óleo da polpa e a existência ou não de sementes nos frutos. O peso do fruto varia de 20 a 100 g ou mais, de acordo com a consistência seca, feculenta ou muito oleosa da polpa.



Os frutos são consumidos após cozimento em água e sal durante 30 a 45 minutos, podendo ser conservados nessa forma por períodos de até 10 dias.



Além desse modo de consumo, os frutos podem ser utilizados na produção de farinha, destinada à alimentação humana, na obtenção de torta de alto valor nutritivo, usada na alimentação animal e humana, e na produção de óleo do mesocarpo, rico em gordura (ácidos graxos não-saturados). Resultados preliminares indicam a farinha da pupunha pode substituir em até 10% o trigo na indústria de panificação, sem alteração na qualidade dos produtos. A torta, por sua vez, pode substituir quase integralmente o milho, na composição de rações balanceadas.



COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO FRUTO DA PUPUNHA, EM 100G DE PARTE COMESTÍVEL
Componentes Amostra 1 Amostra 2
Água (g) 50,5 52,2
Proteínas (g) 2,6 3,3
Carboidratos (g) 41,7 37,6
Óleo (g) 4,4 4,6
Fibras (g) 1,0 1,4
Cinza (g) 0,8 0,9
Vitaminas
Vitamina A (UI) 1,120 7,3000
Vitamina B1 (mg) 0,05 0,08
Vitamina B2 (mg) 0,16 0,11
Vitamina B3 (mg) 1,40 0,90
Vitamina C (mg) 3,50 20,0
Minerais
Cálcio (mg) 14,0 23,0
Fósforo (mg) 46,0 47,0
Ferro (mg) 1,0 0,7





Miriti ou Buriti




Emparelhando com o açaí é, o miriti, uma das pal- meiras mais típicas da Região Amazônica de onde, seguramente, é nativa. Uma de nossas maiores palmeiras, de constituição resistente, atingindo a altura entre 20 a 25 m, podendo, mesmo, chegar aos 35 m.

Prefere desenvolver-se nos alagados e igapós, à beira dos rios e dos igarapés onde, normalmente, são encontradas grandes concentrações, na maioria das vezes com parte do tronco submerso, por prolongados períodos sem que isso lhes cause o menor dano. Essa é, provavelmente, a origem da alta concentração, isto é, os frutos, dispersados através das águas, germinam, espontaneamente, e, máxime nas ilhas que compõem o estuário amazônico e, também, no Baixo Tocantins, é extensíssima a presença de buritizais.



Muito útil para o ribeirinho que dele tudo aproveita para a sua alimentação e outras necessidades cotidianas como bebida natural ou fermentada; doces dos frutos; óleos e féculas; sabão e material para as casas principalmente utilizando as folhas novas das quais obtém cordas resistentes e dos troncos que flutuam com facilidade e são, portanto, excelentes para a feitura de trapiches e estivas.



Mas é no pecíolo, muito leve e mole, que se encontra, para o ribeirinho e os artesãos, toda a magia e o encantamento do buriti. Assim, eles transformam essa parte do buriti numa incrível variedade de brinquedos e outros objetos de utilização doméstica diária tais como rolhas, suportes para copos, pratos e travessas, tapetes, etc.



Infelizmente, nos nossos pagos, o buriti ainda é mal aproveitado, em relação aos frutos, cuja exploração é paupérrima. Segundo Pesce, à época da safra, seria possível, sem dúvida de atingir exageros, conseguirem-se por volta de 60 a 70 mil toneladas que, por baixo preço, poderiam ser oferecidas a indústrias para a feitura de doces, sucos, etc.



Até mesmo açúcar é conseguido do buritizeiro. Assim, perfurado o tronco, recolhe-se a seiva obtida de, medianamente, 8 a 10.1 por árvore e sendo tratada pelo mesmo processo do caldo de cana oferece um açúcar amarelo-claro excelente para adoçar bebidas.



O fruto é encontrado, normalmente, em Belém, de janeiro a julho e, às vezes, em novembro ou dezembro.



Eis uma deliciosa receita de peixe ao molho de buriti. Experimente: Tome um filhote (ou outro peixe similar) e corte-o no sentido longitudinal, aproveitando toda a carne na forma de filés. Livre-a das espinhas e peles e lave bem com limão, de preferência, galego. Tempere com sal, caldo de limão e coentro, cortado miudinho. Deixe os filés repousarem nesse molho por cerca de meia hora. Então, corte mais temperos verdes (cebolinha, alfavacas e chicória), uma cebola grande, pimentinhas verdes e, se quiser, alguns tomates. Passe pelo espremedor uns 3 dentes de alho, dos grandes. Coloque tudo em uma panela e acrescente o vinho do buriti que é obtido da seguinte maneira: deixe os frutos de molho em água morna esperta, depois de bem lavados, para que amoleçam. Quando estiverem moles, com as mãos ou com o auxílio de uma colher, vá retirando a polpa, com casca e tudo. Quando o caroço estiver bem “limpo”, coe e utilize. Acenda o fogo e deixe ferver o vinho juntamente com os temperos. Quando isso acontecer, coloque os filés, um a um. Tape a panela, conte uns 6 a 7 minutos, de relógio, e o peixe estará pronto. Não há necessidade de colocar nenhum tipo de gordura porque o buriti é gorduroso por natureza.



Sirva o peixe acompanhado de arroz branco e pirão, feito do caldo, obtido da cozedura. A receita de pirão encontra-se às fls... deste volume. Entretanto, a maneira cabocla de apreciar-se esta deliciosa iguaria é fazer-se o pirão escaldado. Assim, num prato fundo, coloque uma boa quantidade de caldo, acrescente pimenta se gostar e vá pondo, aos pouco a farinha d’água ou seca, de acordo com o seu paladar e, delicadamente, incorpore-a ao caldo até obter a consistência que lhe agradar.



Você pode também fazer o caldo como ensinado acima, fritar os filés, bem sequinhos e, em seguida, incorporá-los ao molho, obtendo um “escabeche” diferente. Nesse caso, antes, passe os filés em farinha de trigo. De um modo ou de outro, é um prato delicioso. Em ambos os casos, o melhor, seria utilizar uma panela de barro. O peixe ficará muito mais saboroso.



E, bom apetite!



A análise química desse açúcar, segundo o Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura, forneceu o seguinte quadro:
Sacarose 92,70%
Açúcares redutores 2,30%
Cinzas 1,90%
Indeterminados 3,10%





Umari



Oumari é nativo e exclusivo do Pará, pontificando por todo o estuário e alcançando o Baixo Amazonas.

O povo, de um modo geral, gosta de consumi-lo ao natural ou com farinha de mandioca. Por apresentar aroma e sabor peculiares há quem muito os aprecie e, ao invés, há quem deles queira distância e bem grande, porque a bem da verdade, que me perdoem os apreciadores mas, ô frutinha enjoativa, benza Deus!



Tanto a polpa quanto a amêndoa fornecem óleos comestíveis.



Normalmente é encontrado em nossas feiras de janeiro a junho.



Uxi



Indiscutivelmente, o indigenato do uxi é o Pará e o Amazonas. Árvore muito grande, típica da mata primária de terra firme, dispersa-se por todo o Estado do Pará, máxime no estuário, alcançando as regiões bragantinas, as do Guamá e as de São Domingos do Capim, embora, hoje, a paisagem do uxi já não seja tão freqüente quanto era, dada a destruição indiscriminada e criminosa de nossas matas. Abunda, igualmente, na Ilha do Marajó (lado ocidental) e na chamada Região dos Furos.

Polpa gordurosa, peculiar tanto no aroma quanto no sabor, é agradabilíssima. Consumida quer naturalmente que acompanhada de farinha de mandioca, com certeza é complemento muito importante na alimentação cabocla e entre a classe de baixa renda, na capital e cidades maiores. Entretanto, fabricam-se com ela, também, sorvetes, licores e doces pastosos.



A composição química do uxi é riquíssima mas, infelizmente, o seu cultivo, economicamente, é inviável, ainda que no mercado os frutos alcancem bom preço.



O problema é que o uxi só se reproduz através de sementes (caroços) que demoram de 9 a 10 meses para germinar. Como se não bastasse, o uxizeiro cresce vagarosamente e não frutifica antes de 15 anos. Mesmo que pela destruição do endocarpo fosse possível reduzir-se o tempo de germinação, muito mais tempo teria de ser dispendido no tocante à obtenção de árvores precoces.



Frutifica, com regularidade, em dezembro mas dá somente até o mês de junho. O uxi só está em condições de ser consumido quando ao pressionar-se a casca com os dedos, ela cede.



Camutim



Fruto encontrado por toda a Amazônia, principalmente às margens de rios e igarapés, ele é muito comum no Marajó. Sua pequena árvore (4 a 6 cm de altura) tem a madeira muito dura e as populações ribeirinhas e os índios dela se aproveitam para vários usos, inclusive fazer pontas de flechas. Além de comestível, os frutos são usados em pescarias. São encontrados no “inverno” amazônico (janeiro e maio).

Marajá



Também facilmente encontrado no Marajó, por ser fruto típico das regiões de várzeas, beiras de rio e igarapés, do marajá pouco se come: sua pequena polpa é rala e adocicada. É comum ser vendido nos meses de março e abril. A árvore do marajá é uma palmeira totalmente tomada de espinhos.

Castanha-do-Pará



Acastanheira-do-Pará pertence à família Lecythidaceae (bertholletia excelsa) sendo um dos mais expressivos produtos da nossa economia extrativista, com significativo índice no mercado de exportação.

Em estado nativo, é facilmente encontrada por toda a Amazônia, estando suas maiores concentrações no planalto que separa a bacia formada pelos afluentes do Baixo Amazonas, Alto Tocantins e Alto Moju, e em terras altas ao norte do Rio Jari, no Estado do Pará, e nos Estados do Amazonas e Acre, até o Alto Beni, na Bolívia.



O fruto é chamado de ouriço, tendo uma casca lenhosa muito dura, de formato esférico ou levemente achatado. Possui cerca de 18 sementes, cujas amêndoas são expressivamente nutritivas. Seu valor protéico é tão significativo que a castanha-do-Pará é também conhecida como “carne vegetal”. Em termos comparativos pode se dizer que a proteína contida em 2 amêndoas é a mesma contida em um ovo.

As sementes têm formato triangular-anguloso, comprimento entre 4 e 7cm e casca bastante dura e rugosa.



O peso do fruto varia de 200g até 1,5kg, com média de aproximadamente 750g. As sementes representam cerca de 25% do peso dos frutos e as amêndoas (sementes sem a casca), 13%. O peso médio de uma semente gira em torno de 8,2g.

Os conhecimentos acumulados com a execução de pesquisas fizeram com que o cultivo racional da castanheira-do-pará passasse a ser uma opção para os investidores, que têm expandido e diversificado suas atividades na Amazônia.

A castanheira-do-pará teve grande significado no processo de ocupação de enormes vazios demográficos no sul do Pará, em particular no denominado Polígono dos Castanhais, onde a floresta primária, habitat natural dessa espécie, vem sendo sistematicamente destruída e substituída por pastagens para sustentação da atividade pecuária. Esse processo vem causando significativa redução de castanhais nativos, o que fez com que a espécie fosse incluída na “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção”.

Ao lado de outras essências florestais, a castanheira-do-pará é excelente alternativa para reflorestamento de áreas degradadas de pastagens ou de cultivos anuais, tanto para a produção de frutos como para a extração de madeira.



Variedades

Não foram ainda lançadas cultivares melhoradas, conquanto tenha havido grande avanço no processo de domesticação da espécie. Todo trabalho nesse campo está voltado para a seleção de plantas de alta produtividade, que vêm sendo clonadas (multiplicadas) em campos de prova. Os principais clones (matrizes selecionadas nos castanhais) utilizados em cultivos racionais são os denominados Santa Fé I e II, M. Pedro I e II, C-606, C-609, C-612 e C-614 e os Abufaris 1, 2 e 3.

Composição do fruto e da semente

A Tabela 1 apresenta a composição centesimal, em percentagem, de frutos de castanheira-do-pará, considerando, a partir de um fruto de peso médio equivalente a 740g, os valores de pesos do ouriço, das sementes, das amêndoas e da casca. Já a Tabela 2 mostra a composição química da semente de castanheira-do-pará. Por sua vez, a Tabela 3 apresenta a constituição da semente desidratada.



Vale acrescentar que a castanheira-do-pará é uma das espécies da flora amazônica com possibilidade de ser aproveitada em grandes programas de reflorestamento, dada a boa qualidade de sua madeira, muito utilizada na construção naval e civil.



O ouriço, após a retirada das sementes, é usado na confecção de peças de artesanato ou como combustível, notadamente para a defumação da borracha.



A amêndoa é importante fonte de proteínas em virtude da quantidade e da qualidade de ácidos aminados que contém. É muito utilizada na fabricação de doces finos e para consumo in natura. Da amêndoa nova, extraem-se o “leite de castanha”, usado na elaboração de diversas iguarias, e um tipo de óleo, utilizado na fabricação de sabões finos e cosméticos.



O resíduo da extração do óleo (Tabela 4) pode ser misturado com a farinha de trigo para a fabricação de pães, bolos, doces etc. ou usado como ração animal.

Tabela 1

Composição centesimal do fruto da castanheira-do-pará (%).1

Ouriço Sementes Amêndoas Casca
75,00 25,00 12,97 12,03
(1) Dados médios tomados de frutos de diversas classes de peso.
Fonte: EMBRAPA-CPATU.
Tabela 2
Composição química da castanha-do-pará
Elementos
Valores
Água (%)
3,000
Protídios (%)
16,400
Lipídios (%)
69,300
Glicídios (%)
3,200
Valor energético (calorias)
751,600
Sais minerais (%)
3,500
Fibras brutas (%)
4,600
Cálcio (%)
0,243
Fósforo (%)
0,664
Vitamina A
Presença
Vitamina B1
150,000 mg
Vitamina B2
Presença
Fonte: Ministério da Agricultura - DEMA-PA, 1976.
Tabela 3
Constituição da semente desidratada de castanheira-do-pará
Componentes
Percentagem
Proteína
17
Gordura
67
Hidrocarbonados
7
Sais
4
Água
5

Fonte: Ministério da Agricultura - DEMA-PA,

1976.

Tabela 4

Composição de resíduos da amêndoa.

Componentes
Percentagem
Cinza
13,76
Matéria azotável
61,07
Celulose, açúcares

matéria não-azotável e amilácea
25,17

Fonte: Ministério da Agricultura - DEMA-PA,

1976.

Mangaba



A mangaba (hancornia speciosa) tem uma peculiaridade na sua venda : ela é oferecida aos consumidores em pequenos paneiros revestidos de folhas de bananeira, sendo encontrada nas feiras e mercados nos meses do inverno amazônico (dezembro a março). É uma árvore originária do Brasil e pode ser encontrada desde o Amazonas até São Paulo. No Pará é abundante na Ilha do Marajó e na Região do Salgado, mas existe, também, nas áreas do alto e médio Tapajós, Tocantins e Jari. O fruto tem uma polpa mole, viscosa, com um sabor doce, acidulado, muito gostoso. É ideal para o preparo de sucos e sorvetes.

Carambola



Nativa da Ásia tropical e introduzida no Brasil no ano de 1817, a carambola adaptou-se bem ao clima amazônico e pode ser encontrada durante todo o ano nas feiras e mercados. Tem um sabor muito ácido, sendo apropriada para sucos e sorvetes o que não impede que seja consumida ao natural. Compotas e geléias também são produzidas com excelente resultado.



Um comentário:

  1. Seria possivel informar os componentes do Tucuma? (Proteínas, Carboidratos, Óleo, Fibras,
    Vitaminas e Minerais)
    Se possivel enviar para o email kayserbrahma@hotmail.com.
    Obrigado.

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