Quando pensamos em plantas carnívoras, geralmente imaginamos armadilhas em suas “bocas” pegajosas ou dentilhadas.
Muitas usam mecanismos com substâncias que ao serem exaladas atraem moscas e insetos. Alguns exemplares maiores possuem pegajosidade suficiente para segurar um pequeno roedor.
Um tipo de planta com aparência inocente e flores singelas do gênero Philcoxia mantém suas armadilhas mortais escondidas no subterrâneo.
Existem três espécies no cerrado brasileiro do gênero Philcoxia: P. bahiensis, P. goiasensis e P. minensis. Estas plantas eram consideradas enigmas para os botânicos até pouco tempo. Em 2000, o botânico Peter Taylor observou que o gênero compartilhava certas características próximas das plantas carnívoras, como glândulas específicas nas folhas superiores.
Mas, não encontrando nenhuma evidência significativa, o pesquisador imaginou que as folhas não possuíam nenhuma função carnívora. No início de 2012, no entanto, um artigo publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Campinas, São Paulo, revelou que as Philcoxias são realmente carnívoras, mas usam mecanismos diferentes, no subsolo.
A equipe, liderada por Peter Fritsch da Academia de Ciências da Califórnia, marcou nematoides com um isótopo de nitrogênio no solo e concluiu que no prazo de 24 horas as plantas incorporaram estes isótopos em suas células.
As plantas, em seguida, quebraram os nutrientes utilizáveis das “lombrigas”, deixando apenas ‘cadáveres’ minúsculos dos parasitas. Isso é apenas um longo caminho aberto para explicar como as plantas são capazes de sobreviver no solo com poucos nutrientes em sua região natal, além de mostrar que mecanismos diferentes de tudo o que conhecemos podem existir.
Dom, 08 de Julho de 2012 10:36
Osmairo Valverde da redação de Brasília
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