Um abacate do Chile pode conter o segredo do combate de infecções agressivas e altamente resistentes a antibióticos, o que diminuiria mortes em hospitais de todo o mundo.
Uma substância natural encontrada no abacate consegue matar estafilococos que não respondem com os mais potentes antibióticos. Estas bactérias são responsáveis por um grande número de infecções, especialmente em pós-operados. Elas desenvolveram uma grande resistência, especialmente em países como Estados Unidos e Grécia.
O doutorando Jes Gitz Holler, da Universidade de Copenhagen, trabalhou com o povo Mapuche no Chile para fazer a descoberta. Ele disse: “Eu descobri uma substância natural em um abacateiro chileno que consegue atuar ativamente através de combinações com antibióticos tradicionais. As bactérias resistentes possuem uma bomba de fluxo em sua membrana bacteriana. Com essa nova substância, os antibióticos clássicos conseguem ter acesso facilitado para penetração”.
“Eu identifiquei uma substância do abacate que inibe a ação de bombeamento, de modo que os mecanismos de defesa das bactérias sejam reduzidos e os antibióticos possam atuar melhor”, explica Jes Gitz Holler.
O doutorando reuniu várias amostras do abacateiro, como folhas, fruto, caule, raízes, buscando entender o seu poder de cura sobre feridas. Os resultados foram publicados no Journal of Chemotherapy. Gitz Holler comenta: “O composto natural tem um grade potencial e, talvez ao longo prazo, possa ser desenvolvido um medicamento eficaz para combater mais intensamente os estafilococos resistentes”.
“Neste momento não existem produtos no mercado que consiga inibir este fluxo da membrana dos estafilococos. Queremos melhorar a substância química, sintetizando sua molécula em laboratório”, ressaltou.
Staphylococcus aureus é a principal causa de infecção em feridas após uma operação. No entanto, as bactérias podem ser a causa de muitas doenças, de abscessos e intoxicação alimentar colocando a vida em risco com endocardite infecciosa ou septicemia que é a infecção generalizada.
As bactérias têm sido um grande problema nos hospitais em todo o mundo desde 1940, e até agora a indústria farmacêutica conseguiu desenvolver novos antibióticos em sintonia com o comportamento cada vez mais agressivo das bactérias. Infelizmente, o jogo parece estar virando: “Para todos os efeitos, a indústria farmacêutica não está perseguindo a busca de novos antibióticos. É extremamente caro uma nova descoberta, e a relação custo X benefício não atrai as grandes empresas”.
“Portanto, as bactérias estão ganhando a corrida, aumentando a resistência. Procurar por novos caminhos com substâncias naturais será a opção”, finaliza Gitz Holler.
Osmairo Valverde da redação de Brasília
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