Família Botânica:Zingiberiaceae.
Sinonímia:
Açafrão-da-terra, açafroeiro-da-índia, cúrcuma, curcumã, batatinha-amarela, gengibre-dourada, mangarataia.
Habitat:
Espécie
tropical alóctone, originária da Índia e da ilha de Java
onde ocorre em campinas de montanha, e introduzida há alguns
séculos no Brasil, crescendo subespontaneamente em áreas
aluviais e ruderais.
Fitologia
Planta
herbácea, rizomatosa, de vegetação anual e rizomas
perenes. Cresce cerca de 1,30m. As folhas são grandes,
30 a 40cm de comprimento por 15 a 20cm de largura,
glabras, com pecíolo tão comprido quanto o limbo. São
oblongo-lanceoladas, reunidas na base, acuminada no ápice,
oblíquo-nervadas e emanam um perfume agradável, quando
amassadas. No inverno catarinense, as folhas secam
totalmente e os rizomas voltam a brotar na primavera. O
rizoma principal é robusto, com 10 a 12cm de comprimento por
2,0 a 3,0cm de espessura, piriforme, ovóide, carnudo,
com ramificações rizomatosas sésseis secundárias laterais com
cerca de 1cm de diâmetro, compridas, também tuberizadas,
porém mais finas e menos carnudas, cilíndricas. A
película externa dos rizomas secundários pode ser cor de
palha ou acizentados, porém internamente apresentam forte
coloração laranja. Ainda na superfície aparecem marcas
circulares a intervalos de 2 a 4cm, resultado das
cicatrizes deixadas pelas raízes caducas. A raiz principal
tuberosa emite muitas raízes laterais, algumas das quais emitem
folhas e podem dar origem a outra planta independente. A
senescência das folhas, que culmina no inverno, é
decorrente da retranslocação de nutrientes para os
rizomas. Inflorescência cilíndrica ou longo-ovóide, com cerca
de 12 a 15cm de comprimento e 4 a 6cm de diâmetro.
As brácteas são membranosas, lanceoladas-obtusas, cor
esbranquiçada ou esverdeada. As flores são amareladas, com
cálice tubular , longo-pedunculadas, dispostas em espigas
compridas, com brácteas côncavas verde-pálidas, sendo que as
superiores com uma mancha rósea . O fruto é uma cápsula bivalve,
3-locular .
Solo
Prefere
solos virgens, de mata, ou então os areno-argilosos,
profundos, bem drenados e soltos. O pH do solo deve estar em
torno de 6,5. Solos compactos ou pesados, retardam a
rizomatização e dão origem à rizomas tortos e escabrosos.
Para melhorar a aeração e a textura do solo, utiliza-se
cinza de casca de arroz, adubação orgânica e/ou areia.
Clima
Cresce
espontaneamente em altitudes das regiões tropicais, onde
o clima é temperado e úmido, e as estações são bem
definidas. Por ser uma planta rústica, tolera climas mais
quentes, mas não causticantes. Sob fortes insolações a
planta reduz o crescimento e ostenta uma coloração
verde-pálido. A planta é muito sequiosa por chuva. Períodos
de estiagem retardam ou paralisam o crescimento da planta.
Agrologia
• Espaçamento: 1,20 x 0,5m.
•
Propagação: rizomas novos, plantados inteiros ou em
segmentos com pelo menos dois meristemas. Uma planta matriz
gera cerca de 10 rizomas-semente. A brotação dos rizomas
para plantio inicia em setembro.
• Substrato: a muda pode ser produzida em areia, vermiculita ou outro material poroso.
Manter
o substrato úmido. O plantio direto do rizoma a campo
resulta em atraso na emergência e desuniformidade no estande.
• Aclimatação: cobre-se o viveiro de mudas com sombrite 50%.
• Plantio: outubro. O tranplante é feito quando a muda atinge 20 a 25cm de altura.
•
Nutrição: a planta é nitrófila, sendo que os sintomas
de deficiência de nitrogênio podem aparecer a partir do terceiro
mês após o cultivo.
•
Doença: o fungo da antracnose (Colletotrichum curcuma)
causa lesões necróticas nas folhas, iniciando pelas mais velhas.
• Colheita: inicia após o secamento das folhas, ou seja, 9 a 10 meses de ciclo.
Normalmente
ocorre em meados de julho, coincidindo com a senescência
completa da parte aérea. A retirada dos rizomas do solo deve ser
cuidadosa a fim de se evitar cortes e rompimento excessivo do
rizoma. Rizomas colhidos tardiamente tornam-se duros e
fibrosos.
•
Rendimento: 1,1kg de rizomas por planta. Em cultivos
comerciais bem conduzidos, é possível obter-se até 9t/ha de rizomas
(182).
•
Pós-colheita: os rizomas velhos são utilizados para novo
plantio. Os novos são lavados em água potável, são retiradas
as raízes laterais, cortados em rodelas, desidratados e
moídos. O pó deve ser conservado prerencialmente em recipientes de vidro
escuro, para evitar a degradação (fotólise) dos pigmentos e metabólitos
aromáticos.
Partes utilizadas:
Rizomas ovóides e os cilíndricos.
Fitoquimica:
Curcumina, cineol, felandreno e corantes naturais (93).
Propriedades Etnoterapêuticas
É
colerética (133), colagoga, hipoglicemiante (261),
resolutiva, diurética, excitante, cordial, estomáquica,
antidiarréica, antiescorbútica, antiespasmódica, emenagoga
(445), litotríptica, cicatrizante de feridas (93) e antioxidante.
Indicações
Indicada
para amenorréia, dismenorréia, distensões abdominais e
peitorais, reumatalgias (445), hepatite, sarampo, má circulação,
hematêmese, epistaxia e hematuria. Micoses de pele podem
ser combatidas esfregando-se o rizoma sobre a parte afetada (1)
Formas de uso
• Geral: 3 a 9g/xícara, em decocção (445).
• Infusão: 1 colher das de café de cúrcuma em pó em 1 xícara das de chá de água quente.
Abafar e filtrar . T omar 2 vezes ao dia.
• Corante: adicionar 20g do açafrão em pó em 100ml de água filtrada ou destilada.
Agitar
e deixar sedimentar . Eliminar a água. Repetir por três vezes. Secar em
estufa ou em forno o sedimento final, não passando de
100 C. Após seco, o pó é macerado em álcool de cereais
por 7 dias. Filtrar e usar a solução para colorir
alimentos e bebidas (294).
Toxicologia:
Em doses altas pode causar embriaguez, sono e delírio (93).
Outras propriedades:
•
O sabor é levemente pungente e amargo. Ao ser cozido,
os rizomas exalam um forte aroma que lembra casca descascada de
laranja doce e gengibre.
• É utilizada em culinária e na indústria alimentícia como condimento, corante natural e aromatizante.
• É o principal componente do “curry”- condimento indiano.
• Os corantes naturais são utilizados em tinturaria e para colorir ungüentos e óleos medicinais.
• Os rizomas são comestíveis e fornecem fécula comparável à da araruta e da mandioca.
•
Ao ser desidratada e moída, o pó da cúrcuma não deve ser
armazenado em recipientes plásticos, sobretudo sacos plásticos,
pois os princípios ativos reagem com o material, o qual adquire
consistência pegajosa.
fonte: Livro Ervas Medicinais
imagem:www.the-foodist.com
Todas as informações, dicas e sugestões contidas aqui serve apenas com caráter informativo. Elas em hipótese nenhuma substituem o acompanhamento dos profissionais da saúde. Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário